sábado, 16 de outubro de 2010

Fazendas de Paolicchi vão a leilão

Fazendas, caminhonetes e um apartamento na praia do ex-secretário da Fazenda, Luiz Antonio Paolicchi, deverão ir a leilão para pagar as dívidas com o município e com a Justiça, calculadas em R$ 18,2 milhões. O valor é referente ao processo 516/2000, da 1ª Vara Cível de Maringá. Este é o único, dos 34 processos cíveis respondidos por Paolicchi e o ex-prefeito Jairo Gianoto, ao qual não cabe mais recurso.

Os réus têm até o próximo dia 28 para pagar os R$ 18,2 milhões. Dessa quantia, R$ 11,2 milhões são referentes ao que foi desviado da prefeitura, R$ 5,6 milhões são de multas e R$ 1,4 milhão são de honorários ao Ministério Público.

Além de Paolicchi e Gianoto, foram condenados nesse processo a ex-tesoureira da prefeitura, Rosimeire Castelhano Barbosa, o também ex-secretário da Fazenda, Jorge Aparecido Sossai, e o advogado Waldemir Ronaldo Corrêa.

Os réus respondem solidariamente à dívida. Caso eles não paguem até o dia 28, a Justiça dará início ao leilão dos bens sequestrados. Paolicchi e Corrêa são os únicos que tiveram bens indisponibilizados nessa ação.

Da parte de Paolicchi são oito propriedades rurais, seis delas em Três Lagoas (MS) e duas em Nova Mutum (MT), com uma área total de 3,3 mil alqueires. Também constam na ação um apartamento de 446 metros quadrados no 10º andar de um prédio da Avenida Atlântica, em Balneário Camboriú (SC), além de duas garagens no mesmo prédio, 35 mil cotas da mineradora de águas Rainha e quatro automóveis ¿ uma caminhonete F-1000 ano 98, um Jeep Cherokee 99, uma Ford F-4000 ano 96 e uma Saveiro 97. Da parte de Corrêa, consta como bem apenas um Fiat Palio ano 97.


Defesa

O advogado de Paolicchi, Oseias Martins Barboza, diz que o único recurso cabível seria questionar o valor da condenação. "Ele (Paolicchi) pode procurar os meios que a lei oferece. Caso ele entenda que deve entrar com esse recurso quanto para discutir o eventual valor da dívida, ou a progressão da dívida ficará a critério dele. Ainda não discutimos isso", diz.


Críticas

A demora de dez anos para sentença final é criticada pelo presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Maringá, João Everardo Resmer Vieira, e pelo presidente da Sociedade Eticamente Responsável (SER), César Augusto Moreno.

"Isso reflete a falta de estrutura do Judiciário. A Justiça no Paraná está desestruturada, faltam investimentos", diz Vieira. Já Moreno cita a superlotação. "É um absurdo você ver em Maringá cada juiz com 10 mil processos. Falta estrutura. Quando a sentença é tardia gera uma sensação de impunidade."

Fábio Linjardi

Um comentário:

Anônimo disse...

olha ai noso IPTU..SETE