sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Moradores invadem Câmara e adiam votação de projeto polêmico

Grupo deixou o local por volta das 16h. Eles protestaram contra um projeto que prevê a criação de uma taxa para a destinação do lixo. Dez dos manifestantes se amarraram às cadeiras dos parlamentares. Votação ocorrerá no sábado

Cerca de 50 pessoas invadiram a Câmara Municipal de Sarandi, na tarde desta sexta-feira (15), fazendo com que a sessão prevista para ocorrer nesta tarde fosse cancelada. Dez dos manifestantes se amarraram às cadeiras dos vereadores. A sessão foi adiada para a manhã de sábado (16).
O grupo deixou o local por volta das 16h. Eles protestaram contra um projeto de lei, que seria votado em segunda discussão nesta tarde, que prevê a criação de uma taxa para a destinação do lixo. Segundo o presidente da Câmara de Sarandi, Cilas Moraes, a proposta foi enviada pelo executivo com a intenção de aliviar despesas que estão a cargo da Prefeitura desde 2007.
Hoje já há uma cobrança feita no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) sobre a coleta do lixo, que custa aos contribuintes R$ 0,84 por metro quadrado de residência. Uma casa de 100 metros quadrados, por exemplo, paga atualmente R$ 84 por ano pelo serviço.
Na nova lei que está em trâmite, a mesma casa pagará R$ 75 pela taxa já existente, mas uma nova cobrança, com outros R$ 75 de custo será incluída no IPTU, elevando os gastos para R$ 150: acréscimo de 78%. Essa segunda taxação visa cobrir os gastos de destinação do lixo, ou seja, custos decorrentes do depósito no aterro sanitário da cidade.
Para Adauto da Silva, um dos organizadores do protesto, o absurdo está justamente nessa situação, pois até 2007, a prefeitura era quem era responsável pelo aterro e as taxas eram menores. “Depois privatizaram o aterro. O prefeito (Carlos de Paula), quando era vereador disse que tinha que voltar para prefeitura e agora quer cobrar mais essa taxa”, disse.
Com a suspensão de sessão desta sexta-feira, uma nova reunião já está marcada para a manhã deste sábado (16). “Nós iremos tomar as providências legais, pois o trabalho legislativo não pode ser interrompido”, disse o presidente da Câmara. Já os manifestantes prometem voltar na próxima sessão.
Gazeta do Povo

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