quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Após interrogatório, Zebrão diz que vai demitir funcionário



O vereador Aparecido Regini Zebrão (PP) foi o primeiro a depor, ontem, no inquérito do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga a existência de funcionários fantasmas na Câmara de Maringá.

Zebrão chegou à delegacia dizendo que não sabia exatamente do que se tratava a intimação e saiu anunciando a exoneração do assessor Ronaldo Henrique, que seria um dos "fantasmas".
Henrique, que trabalha das 8h às 14h, foi apontando pelo Gaeco como um dos sete funcionários da Câmara ¿ ligados a cinco vereadores ¿ que recebiam salários sem trabalhar.
Ontem, o gabinete de Zebrão informou que Henrique trabalhou normalmente. Ele não foi localizado pela reportagem de O Diário para comentar a exoneração.
"Eu só vou à Câmara às terças e quintas-feiras e não tenho como acompanhar o dia a dia dos assessores. Se não estão cumprindo o horário normalmente, têm que ser punidos. Eu sou a favor do trabalho do Gaeco", disse Zebrão, que é vice-presidente da Câmara.
Segundo o delegado Elmano Rodrigues Ciríaco, o processo deve ser concluído amanhã. Hoje, estão previstos os depoimentos de Carlos Eduardo Saboia (PMN), Belino Bravin (PP) e Mário Verri (PT).
Evandro Júnior (PSDB). Um assessor pediu para ser ouvido em outra data, mas, até ontem à tarde, o delegado do Gaeco ainda não havia decidido se aceitaria o adiamento.
O grupo especial vinha investigando há cinco meses a ação dos assessores e tem um levantamento completo do dia a dia de cada um. "O que estamos fazendo é a conclusão do trabalho. Na verdade, pelo levantamento que fizemos, não há muito o que eles alegarem. Nós temos tudo. Eles vão tentar se justificar e se defender como puderem."
Depois de concluído o inquérito policial, o Gaeco vai encaminhar o processo ao Ministério Público. A Câmara de Maringá informou que não divulgaria a relação completa dos assessores dos vereadores porque essa informação já foi encaminhada para o promotor de Defesa de Patrimônio Público, José Aparecido da Cruz .

De padeiro a velório
As justificativas apresentadas pelos assessores em depoimento ao Gaeco são as mais variadas possíveis. Pelo que a reportagem apurou, a maioria tem afirmado que tinha um horário flexível e fazia trabalhos externos. Iam à Câmara, batiam o cartão e saiam para fazer "atendimento políticos".
Um dos assessores chegou a dizer que saia para ir a velórios, onde representaria o vereador que o contratou. Num dos casos mais concretos de "fantasma", o Gaeco teria apurado que o assessor trabalhava fora da Câmara, como padeiro. Ia à Câmara duas vezes por dia, batia o cartão e voltava a atender em sua padaria . O Diario

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