segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cemitério vertical em Maringá terá 20 mil túmulos


Tomar elevador para visitar a sepultura de parentes poderá ser uma cena comum em Maringá nos próximos anos. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) emitiu licença prévia para a construção de um cemitério vertical na Avenida Alziro Zarur, zona norte da cidade.
A obra é particular, mas a administração municipal tem planos de seguir o mesmo caminho. A prefeitura prevê a construção de um prédio para abrigar túmulos na área onde funciona hoje o Instituto Médico-Legal (IML).
O projeto do cemitério vertical pré-aprovado pelo IAP pertence ao Sistema Prever e terá cinco blocos com quatro andares cada um, com capacidade máxima para 20 mil túmulos. Os blocos serão erguidos no mesmo terreno do Cemitério Parque. A licença foi obtida no fim do ano passado e a previsão é que as obras comecem entre 2012 e 2013.
Segundo o diretor do Prever, Reginaldo Czezack, cada um dos quatro blocos terá capacidade para 5 mil túmulos. Primeiro será construído apenas um bloco. Os outros quatro serão erguidos conforme a demanda. A intenção é oferecer sepulturas com preço inferior ao convencional e com a opção de aluguel dos túmulos dos prédios.
No caso da locação, paga-se pelo uso do espaço por 3 anos. Vencido o prazo, os restos mortais são transferidos para uma caixa de 60 centímetros que será colocada em uma nova ala, a um custo menor.
"Pensamos em algo como parcelar um aluguel trianual de R$ 600 em dez vezes. É para todo mundo poder enterrar", adianta o diretor do Prever. "Se na vida o cidadão não teve condições de ter um carro do ano, como o vizinho, na morte vai ter um espaço igual", compara.
Os custos para a construção do cemitério vertical do Sistema Prever ainda não foi calculado. Atualmente, uma das prioridades da empresa é colocar em funcionamento o crematório, um investimento de R$ 5 milhões. A intenção é que os fornos possam ser acesos a partir de fevereiro. "Só estamos no aguardo da liberação do IAP", diz Czezack.

Prefeitura
Já no Cemitério Municipal, a previsão é que o espaço para novas covas termine em 2013, data que a prefeitura estabeleceu para abrir uma nova área – tarefa que caberá ao próximo governo. O custo do empreendimento está estimado em R$ 3 milhões.
A data e o valor constam do Plano Plurianual 2010-2013 (PPA), publicado no Órgão Oficial do Município em 28 de dezembro. A rubrica no PPA trata da "construção de um novo cemitério", mas segundo a administração isso não significa mudança de endereço. Entre as opções em vista está o terreno que hoje abriga o IML, vizinho ao cemitério. Outra opção seria demolir a capela mortuária, anexa ao prédio da administração.
"A prefeitura não está atrás de uma nova área, até porque há espaço para verticalizar no mesmo terreno. O futuro é o cemitério vertical", diz o secretário municipal Vagner Mussio (Serviços Públicos).
A intenção da Prefeitura de Maringá em construir um cemitério vertical já estava prevista desde 2007. À época, o então vereador Walter Guerlles, hoje secretário dos Transportes, assinou um projeto de lei autorizando a prefeitura a construir um cemitério vertical. O projeto foi aprovado e virou a lei 7.715/2007.
Outro projeto em estudo é fazer adequações dentro do próprio cemitério, com a verticalização por meio de gavetas – ficaria semelhante ao atual ossário. Esse tipo de obra seria possível por meio do estreitamento de algumas ruas e de aproveitamento de outros espaços.
Anualmente, o cemitério municipal recebe, em média, 1,2 mil sepultamentos por ano. Pouco mais da metade é realizada em jazigos familiares já existentes.

Exemplos
Alguns cemitérios verticais pelo País

Memorial Necrópole Ecumênica (Santos)
Prédio de 14 andares, inaugurada em 1983, possui capacidade para 12 mil túmulos. Há projeto em andamento para a ampliação da estrutura, com a construção de um anexo de 40 andares.

Cemitério Vertical de Curitiba
Prédio de dois andares, inaugurado em 1989. O empreendimento tem 9.360 túmulos.

Cemitério Vertical de Diadema
É municipal e tem capacidade para 4 mil jazigos. Ano passado foi alvo de reclamação de moradores, devido ao mau cheiro.

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