terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pai e filho são presos em Maringá acusados de roubo de cargas

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu nove pessoas e cumpriu dezenas de mandados de busca e apreensão durante a Operação Trinca Ferro, nesta terça-feira (1º). As investigações do Gaeco Guarapuava duraram mais de dois anos, e a operação se deu em 21 cidades de sete Estados. Em Maringá e Paranavaí, quatro pessoas foram presas acusadas de aliciar motoristas de caminhão a desviar cargas.

Valdecir José Ferreira de Ramos, de 46 anos, e seu filho Diogo da Costa Ramos, de 22, estão presos na carceragem da 9ª Subdivisão Policial (SDP) em Maringá.

Apesar de ser apontado pelo Gaeco como um dos líderes da quadrilha, Valdecir alega total desconhecimento do que está acontecendo. Além disso, o acusado diz estar à espera de um advogado, já que afirma não conhecer pessoas em Cândido de Abreu, cidade de onde saiu a decisão da prisão temporária expedida pelo juiz daquela comarca.
Valdecir alega trabalhar com compra e venda de veículos particulares, e o filho é registrado como auxiliar administrativo de uma empresa de Maringá.
O irmão de Valdecir, Pedro Valdir Ferreira de Ramos, e a esposa, Heloise Alves Fagundes, estão presos em Paranavaí acusados de pertencer à quadrilha.
De acordo com informações do Ministério Público (MP), os principais integrantes de uma quadrilha especializada em desvio de cargas foram presos preventivamente. Com a concordância dos motoristas e de policiais, segundo o MP, essas pessoas levavam os produtos e registravam falsos boletins de ocorrência.
As investigações apontam desvios de mais de R$ 2 milhões em cargas de diversos produtos como ferro, fertilizantes, açúcar, semente, tecidos, cosméticos e tratores, praticados entre os meses de abril de 2007 e setembro de 2010.
A quadrilha é acusada pelos crimes de formação de quadrilha em crime organizado; corrupção passiva qualificada; corrupção ativa qualificada; furto qualificado; falsificação de documento público; inserção de dados falsos no sistema de informação da polícia e crimes de lavagem de dinheiro.
Os mandados de prisão e busca e apreensão foram deferidos pelo juiz de direito de Cândido de Abreu. Além das prisões, até o momento, houve apreensão de aparelhos celulares, arma de fogo ilegal, certa quantia em dinheiro e diversos documentos.
Prisões
Em Paranavaí e Maringá, quatro pessoas foram presas: Pedro Valdir Ferreira de Ramos, vulgo "Compadre", Heloise Alves Fagundes, Valdecir José Ferreira de Ramos e Diogo da Costa Ramos, apontados pelo gaeco como líderes da organização criminosa. Os presos são acusados de aliciar motoristas de caminhão dispostos a desviar as cargas que iriam transportar e encontravam receptadores para tais cargas, registrando, com a participação e conivência dos funcionários públicos, Boletins de Ocorrência noticiando falsos roubos, visando dissimular o furto praticado. Ainda foram presas duas outras pessoas em outras localidades.
Na delegacia de Cândido de Abreu foi preso o servidor público estadual que ocupava o cargo de motorista e exercia as funções de investigador de polícia "Ad hoc" Sidnei Adão Jarenco, e a servidora municipal que exercia as funções de escrivã "Ad hoc" Clades Martinato Santos, responsáveis pela confecção, mediante o pagamento de propina, de diversos boletins de ocorrência unificados falsos, noticiando a ocorrência de roubos não existentes de cargas.
Na Delegacia de Polícia de Pitanga foi preso o investigador Ademir Muniz da Silveira, que exercia as funções de superintendente da unidade, também responsável pela confecção dos boletins de ocorrência sobre falsos crimes de roubo, mediante o pagamento de propina.
Na Comarca de Pitanga foi cumprindo mandado de busca e apreensão no escritório central da banca de jogo do bicho Norte Sul, bem como na residência da gerente, investigada por pagar propina para o servidor público Sidnei Adão Jarenco, lotado na Delegacia de Polícia de Cândido de Abreu.
Nesta operação, houve participação dos núcleos do Gaeco de Guarapuava, Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, dos Gaecos de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Mato Grosso, de Goiás e de Rondônia, além do apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Civil e das Agências Locais de Inteligência dos Batalhões de Polícia Militar de Guarapuava, Ponta Grossa e Maringá. O Diario

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