Militantes saíram da Casa após audiência conciliatória durante madrugada.
Desde o dia 2 de julho a Ales estava ocupada pelo movimento social.
O grupo de aproximadamente 80 pessoas que ocupava a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) desde o dia 2 de julho deixou a Casa por volta das 12h deste sábado (13), após audiência concliliatória realizada durante a madrugada de sexta-feira (12).
No início da tarde, o acesso à Casa foi novamente liberado para a imprensa e em alguns pontos foram registradas marcas de depredação (veja fotos). O salão de eventos teve as paredes pichadas e vidros quebrados. A perícia da Polícia Civil esteve no local, que também tinha lixo espalhado pelas dependências.
O grupo afirma que vai voltar para acompanhar a sessão desta segunda-feira (15). Alguns manifestantes preferiram permanecer acampados do lado de fora do prédio.
Das dez reivindicações apresentadas pelos manifestantes, apenas uma foi atendida na audiência de conciliação: os deputados se comprometeram a votar o decreto legislativo que propõe o fim do pedágio da Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha. O grupo alega que foi coagido a participar da audiência e que não ficou satisfeito com o resultado. "Recebemos migalhas na audiência de conciliação, que não concebemos como ganhos para o movimento", afirmou, em nota.
Na terça-feira (9), a Justiça do Espírito Santo determinou a redução do valor do pedágioda Terceira Ponte. Na sexta-feira (12), foram anunciados os novos valores. A tarifa para carros, por exemplo, baixou de R$ 1,90 para R$ 0,80.
Reivindicações
A ocupação teve início após o adiamento da votação do Decreto Legislativo que põe fim ao pedágio, que foi suspensa porque o relator do projeto na Comissão de Justiça, Gildevan Fernandes, pediu vistas do decreto proposto por Euclério Sampaio (PDT). Dos 30 deputados, 25 estavam presentes no momento em que a matéria seria apreciada. Gildevan alegou que há diversos pareceres de inconstitucionalidade no projeto, que deveria ser melhor analisado. O decreto não foi mais votado desde então.
A ocupação teve início após o adiamento da votação do Decreto Legislativo que põe fim ao pedágio, que foi suspensa porque o relator do projeto na Comissão de Justiça, Gildevan Fernandes, pediu vistas do decreto proposto por Euclério Sampaio (PDT). Dos 30 deputados, 25 estavam presentes no momento em que a matéria seria apreciada. Gildevan alegou que há diversos pareceres de inconstitucionalidade no projeto, que deveria ser melhor analisado. O decreto não foi mais votado desde então.
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Os manifestantes pedem a participação de um membro da ocupação na auditoria do contrato da concessionária Rodosol com o governo; a não eleição do deputado Sergio Borges (PMDB) ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo; e uma reunião com o governador Renato Casagrande.
O grupo também quer a criação de um espaço físico para implantar o Grupo de Acompanhamento Legislativo (GAL); a retirada dos vidros das galerias do Plenário; a liberação do uso de bermudas, camisetas e chinelos nas dependências da Assembleia; a instalação da CPI do Pó Preto; a instalação da CPI do Transcol; e o corte de ponto dos 15 deputados que faltaram as três últimas sessões.
A assessoria da Ales informou que a Mesa Diretora se comprometeu a levar os pedidos para discussão e que a votação do decreto legislativo que prevê o fim do pedágio da Terceira Ponte vai estar na pauta de segunda-feira (15) e que os outros pedidos devem ser levados para análise, já que "dependem de algumas ponderações legais". A assessoria de Casagrande informou que o governo aguarda um pedido oficial de reunião por parte do grupo.
Movimento
Uma das manifestantes que ocupava a Casa, Jamile Ghil, falou sobre o movimento. “A nossa ideia é acompanhar todo esse processo, porque nós queremos o fim do pedágio. Há uma expectativa de que o decreto seja apreciado e votado na segunda-feira. Sabemos que temos uma estrutura boa, que o povo está ao nosso lado. Esse movimento é uma célula embrionária. A ideia é que cada pessoa que sair daqui multiplique esses objetivos e a gente volte nessa Casa para acompanhar as assembleias. Só assim alguma coisa vai ser mudada efetivamente, quando os deputados passarem a trabalhar sob o olhar do povo. É essa semente que nós queremos plantar aqui”, disse Jamile.
Uma das manifestantes que ocupava a Casa, Jamile Ghil, falou sobre o movimento. “A nossa ideia é acompanhar todo esse processo, porque nós queremos o fim do pedágio. Há uma expectativa de que o decreto seja apreciado e votado na segunda-feira. Sabemos que temos uma estrutura boa, que o povo está ao nosso lado. Esse movimento é uma célula embrionária. A ideia é que cada pessoa que sair daqui multiplique esses objetivos e a gente volte nessa Casa para acompanhar as assembleias. Só assim alguma coisa vai ser mudada efetivamente, quando os deputados passarem a trabalhar sob o olhar do povo. É essa semente que nós queremos plantar aqui”, disse Jamile.
Íntegra da nota dos manifestantes: Somos o que fazemos para mudar o que fomos. Hoje a sociedade está em luto. A democracia sofreu no Ocupa Ales violência psicológica, moral e institucional, além de inúmeras violações dos direitos humanos, impedindo a entrada de comida e água, por exemplo. O sistema de poder no Espírito Santo apresentou na madrugada de 12/07 um grande circo. Fomos coagidos a fazer uma 'pseudoaudiência' de conciliação em mais uma tentativa do poder público para manutenção do status quo.
Com o uso dos já conhecidos e violentos signos do estado, assistimos a defesa do governo ao patrimônio privado. Lutamos não só pelo fim do pedágio. Não é por vinte centavos, não é por um pedaço de terra, é uma tentativa de inventar novos modos de pensar e fazer política para além das redundantes práticas do poder legislativo, executivo, judiciário, da grande mídia e do poder privado.
Não consideramos os avanços barganhados. Recebemos migalhas na audiência de conciliação, que não concebemos como ganhos para o movimento. Pelo contrário, a ata deste fórum documenta para o movimento a falta de diálogo e honestidade do estado. Destacamos como vitória para o movimento a mobilização popular, as pessoas nas ruas, o sonho de mudança. A redução da tarifa é um avanço, mas não é o objetivo principal da ocupação. Queremos que os deputados voltem ao trabalho, votem o decreto 69/2013 e respeitem a voz do povo capixaba, considerando o teatro que o governador Casagrande protagonizou, articulando uma manobra escusa contra o povo capixaba. Nesse momento, nos recusamos a participar de mais uma encenação.
Com o uso dos já conhecidos e violentos signos do estado, assistimos a defesa do governo ao patrimônio privado. Lutamos não só pelo fim do pedágio. Não é por vinte centavos, não é por um pedaço de terra, é uma tentativa de inventar novos modos de pensar e fazer política para além das redundantes práticas do poder legislativo, executivo, judiciário, da grande mídia e do poder privado.
Não consideramos os avanços barganhados. Recebemos migalhas na audiência de conciliação, que não concebemos como ganhos para o movimento. Pelo contrário, a ata deste fórum documenta para o movimento a falta de diálogo e honestidade do estado. Destacamos como vitória para o movimento a mobilização popular, as pessoas nas ruas, o sonho de mudança. A redução da tarifa é um avanço, mas não é o objetivo principal da ocupação. Queremos que os deputados voltem ao trabalho, votem o decreto 69/2013 e respeitem a voz do povo capixaba, considerando o teatro que o governador Casagrande protagonizou, articulando uma manobra escusa contra o povo capixaba. Nesse momento, nos recusamos a participar de mais uma encenação.
Nossa luta continua nas ruas, em outras ocupações e não se faz por acordos a portas fechadas. Seguiremos denunciando todos os vícios, práticas e métodos obscuros que historicamente fazem a esfera pública cair em descrédito. Contamos com o apoio de toda a população para segunda-feira, dia 15 de julho, cobrar uma posição política de nossos deputados, para que cumpram sua parte e votem o fim do pedágio. Resistir, resistir, até o pedágio cair.
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