- Correções monetárias do contrato de reforma já custaram R$ 143 milhões aos cofres públicos
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O governo do Rio de Janeiro declarou ter concluído a reforma do Maracanã em maio. Em junho, o estádio recebeu três jogos da Copa das Confederações e, no domingo, o novo gestor da arena organizou sua primeira partida no local. Um dia depois, no entanto, a reconstrução do estádio teve seu custo ampliado em quase R$ 60 milhões.
Nesta segunda-feira, a Secretaria de Obras do Rio de Janeiro publicou no Diário Oficial do Estado mais um complemento ao contrato de reforma do Maracanã. Pelo documento, o órgão se compromete a pagar às empreiteiras responsáveis pela obra R$ 59.705.733 para custear os aumentos de materiais usados e corrigir os pagamentos dos serviços prestados.
Até esse último complemento, a reforma do Maracanã já custava R$ 1,175 bilhão. O montante é composto pela soma do valor do contrato firmado entre governo e Consórcio Maracanã Rio 2014 (formado pela Odebrecht e Andrade Gutierrez), dos reajustes desse contrato já anunciados e mais dois contratos secundários ligados à reforma (fiscalização da obra e construção de catracas e bilheterias). Com o reajuste desta segunda-feira, a reforma do Maracanã já custa R$ 1,235 bilhão.
Isso ainda não inclui a reforma das calçadas em volta do estádio pagas pela Prefeitura do Rio, assim como obras no entorno da arena que terão de ser feitas para a Copa do Mundo. As demolições do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros, por exemplo, já foram anunciadas pelo governo, mas serão pagas pelo Consórcio Maracanã Entretenimento SA (concessionária que recém-assumiu o estádio).
A Secretaria de Obras do Rio informou que o reajuste de R$ 60 milhões já previsto em contrato. A correção monetária se refere ao período que vai de novembro de 2010 a maio de 2013. É a terceira paga pelo governo e será a última. Ao todo, só em reajustes no contrato, o governo do Rio pagou mais de 143,3 milhões às empreiteiras do Maracanã.
Reforma
A reforma do Maracanã para a Copa começou em 2010. Quando anunciada, em setembro daquele ano, a obra tinha um custo de R$ 600 milhões.
O tempo passou e o custo subiu. O governo chegou à conclusão de que a demolição da cobertura do estádio era necessária. Com isso, o custo da reforma chegou a R$ 859 milhões. Em maio deste ano, o governo publicou um aditivo ao contrato da reforma do estádio. A obra passou a custar R$ 1,049 bilhão. Esse valor não inclui os reajustes, as catracas nem a fiscalização da reforma.
Conforme o custo da obra ia subindo, sua entrega também ia sendo adiada. Quando o governo decidiu reconstruir a cobertura do estádio, a data de entrega da reforma passou de dezembro de 2012 para fevereiro 2013. Depois, no início deste ano, o governo anunciou que a reforma só acabaria 27 de abril.
Quando a data de entrega se aproximava, um aditivo ao contrato da reforma foi assinado estendendo o trabalho até 24 de maio. Mais tarde, o governo prorrogou a duração do contrato até meados do mês que vem. Segundo a Secretaria de Obras, o consórcio construtor fará alguns "ajustes" na obra. Esses ajustes não têm custo-extra, segundo o governo.
A CULPA É DOS IMPREVISTOS
- O "imponderável" foi o culpado pelo aumento no custo da reforma do Maracanã para a Copa do Mundo segundo o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral.
Após seu governo assinar o décimo aditivo do contrato da obra no estádio e comprometer-se a pagar R$ 1,12 bilhão pelas adequações que inicialmente custariam R$ 600 milhões, Cabral afirmou que uma "série de variáveis não esperadas" ocasionou a alteração no orçamento.
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