terça-feira, 31 de agosto de 2010

TOLERÂNCIA ZERO

Fiscalização começa amanhã e pais ainda correm atrás de cadeirinhas
Pais ainda correm atrás de cadeirinhas
Algumas lojas chegam a registrar 300% de aumento na venda do assento de elevação. Movimento foi grande no último fim de semana antes de a lei entrar em vigor
Às vérsperas do início da obrigatoriedade do uso de cadeirinhas para transportar crianças com menos de 7 anos e meio em veículos, o comércio continua registrando um aumento significativo na procura do acessório. De acordo com Carla Gasparin, gerente da Xiquita, loja especializada em produtos infantis em Curitiba, as vendas cresceram em torno de 90%. O maior movimento foi registrado no último sábado. “Nós garantimos estoque até dezembro porque acreditamos que a procura vai continuar mesmo depois de quarta-feira”, diz.

Entre janeiro e junho de 2010, as lojas do Extra Hipermercados e os sites extra.com.br e pontofrio.com.br, da rede Pão de Açúcar, triplicaram a venda de alguns itens de segurança para carro, em comparação com o mesmo período de 2009. O bebê conforto, por exemplo, teve 60% de aumento nas vendas em relação ao ano anterior. Mas a maior procura foi pelas cadeiras para crianças com até 7 anos, os assentos de elevação, com crescimento de 300%. Conforme informações de Adenílson Madruga, gerente de operações do Extra Hipermercado do Alto da XV, em Curitiba, o grande movimento também foi registrado durante o fim de semana.

Juliana de Góes, 6 anos, co­­brou os pais sobre a compra da cadeirinha já no café da manhã de ontem. Ela teve o equipamento de segurança até os 3 anos de idade. Ontem à tarde, a família percorreu lojas e supermercados buscando o melhor preço. “Acre­ditamos que a cadeirinha vai dar mais proteção, mas quem está feliz mesmo são os fabricantes. A obrigatoriedade está movimentando bem o comércio”, afirma a mãe, Roseane de Góes. “Por se tratar de uma obrigatoriedade o custo deveria estar mais em conta”, considera Ilka Kawaguti, 40 anos, que também pesquisava o menor preço do equipamento que vai substituir o bebê conforto usado pela filha Aline, de 1 ano e 2 meses.
Segundo a gerente da Xiquita, muitos pais admitem que estão comprando a cadeirinha só por imposição da lei. De acordo com ela, os equipamentos mais baratos já foram todos vendidos. Dos 17 modelos que a loja oferece, os valores variam entre R$ 189,90 e R$ 539,90. No caso do Extra, o produto mais barato custa R$ 99 e o mais caro R$ 399. Mas no mercado em geral existem modelos que podem custar mais de R$ 1 mil, dependendo da marca.
O médico Pedro Henrique Mendes, chefe do Centro de Ortopedia da Criança e do Ado­lescente do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), explica que desde que seja adquirida uma cadeira em conformidade com as determinações do Inmetro, a criança pode e deve sair da maternidade no bebê conforto. De um ano para cá, só cadeirinhas certificadas pelo Inmetro podem ser vendidas nas lojas. Até a semana passada, havia 88 modelos, de 14 empresas, aprovados.
Gazeta do Povo

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