quarta-feira, 30 de março de 2011

Dólar cai e atinge menor cotação em mais de dois anos e meio


A moeda norte-americana recuou 1,51%, a R$ 1,627 na compra e a R$ 1,629 na venda. Este é o menor patamar desde o dia 27 de agosto de 2008, quando fechou vendida a R$ 1,622.
Esta também foi a maior queda percentual desde o dia 10 de junho do ano passado, data em que o dólar recuou 2,06%.
Só esta semana, o dólar acumula queda de 1,87%; no mês, a desvalorização é de 2,04% e, no ano, a divisa norte-americana recua 2,22%.
Questionado se o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos de bancos e empresas no exterior, com prazo de até um ano, não teria surtido efeito, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que ainda não sabia. "Não sei. Vamos ver", se limitou a dizer.
Nesta terça, Mantega disse que, entre as motivações da medida, estava justamente o objetivo de diminuir o ingresso de recursos na economia brasileira e, com isso, tentar impedir uma queda maior da cotação da moeda norte-americana no Brasil.
"Essa queda do dólar é em função dos investidores não quererem subir a cotação do pronto por causa da Ptax. Amanhã é a formação da última Ptax do mês, e o mercado vai continuar tentando derrubar a taxa para ganhar em cima disso", afirmou Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.
Os agentes costumam intensificar ajustes de posições no mercado de câmbio com a aproximação do final de cada mês, o que adiciona pressão de baixa ao dólar, segundo Battistel, uma vez que os players tentam derrubar a última Ptax do mês para obterem maiores ganhos.
A Ptax é a taxa média ponderada do dólar, que serve para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos.
Os ajustes ocorrem principalmente no mercado futuro, em que investidores estrangeiros vêm aumentando as apostas na queda da moeda norte-americana.
De acordo com números da BM&FBovespa, os não-residentes sustentavam na véspera US$ 15,892 bilhões em exposição vendida na divisa dos EUA, maior montante desde novembro. As apostas contra o dólar vêm crescendo nos últimos dias, em meio à menor apreensão com relação às ações do governo para coibir a alta do real.
"O real está operando com a visão de que as autoridades não têm mais qualquer ferramenta que seja eficiente o bastante para sustentá-lo", disse Flavia Cattan-Naslauski, estrategista de câmbio do RBS, em Nova York. "Imagino que a visão seja de que eles (governo) não vão elaborar nada nesse momento para enfraquecer a moeda (real)", completou.

Nenhum comentário: