terça-feira, 13 de março de 2012

PMDB estadual impõe rumos ao diretório maringaense


A aproximação entre o PSB e o presidente do PMDB de Maringá, Umberto Crispim – que em 2011 estava próximo do PT –, foi a gota d´água para a executiva estadual do partido, que vinha sendo contrariada na deliberação de ter candidatura própria nas maiores cidades do Paraná. Em reunião ontem, em Curitiba, a decisão pela admissibilidade do processo de dissolução do diretório municipal bateu na trave.

Coordenador da comissão especial do PMDB para as eleições 2012, o deputado estadual Teruo Kato disse que rumores de que Crispim estaria loteando o partido em troca de cargos no governo do Estado aumentaram a preocupação no partido. Esse fato, explica o deputado, o levou a apresentar o pedido de dissolução do diretório municipal.

"Tomei essa atitude pensando no bem do partido, para que possamos garantir ao pré-candidato a legenda e a segurança necessária para ele trabalhar", comentou Kato, respaldado pelo presidente estadual do PMDB, o deputado estadual Waldir Pugliesi.

Na reunião, Crispim prometeu obediência e conseguiu reverter uma decisão que horas antes era dada como certa. Considerando o histórico de Crispim à frente do diretório municipal, o deputado estadual Luiz Claudio Romanelli pediu vistas do processo.

De acordo com o secretário-geral do PMDB no Paraná, deputado federal João Arruda, as demais lideranças levaram em conta o compromisso firmado por Crispim de rever a postura em relação ao partido. "Ele se comprometeu a dar espaço ao nosso pré-candidato, o vereador Mário Hossokawa", comentou.
Hossokawa teve o nome formalizado como pré-candidato depois de o deputado federal Odílio Balbinotti deixar claro que não pretende concorrer.

"Balbinoti conversou com lideranças do PMDB e disse que se dedicará apenas ao cargo de deputado federal", esclareceu a assessoria do parlamentar.

O apoio de Crispim ao rival Hossokawa será monitorado pela executiva estadual, que promete dissolver a diretório municipal caso a palavra dada ontem não seja mantida. "Vamos acompanhar os acontecimentos para tomar uma decisão mais drástica, se for necessário", afirmou Arruda. "Demos um voto de confiança ao Crispim. E esse foi o último", garantiu.

Também ficou definido, na reunião, que num cenário de inviabilidade da candidatura de Hossokawa, a decisão de firmar aliança com qualquer outro grupo ou partido político terá de passar pela executiva estadual.
Com isso, quem perde, além de Crispim, são os partidos que cogitavam apoio do PMDB para engordar o tempo de TV.


ENTENDA O CASO


Segundo semestre de 2011
A polêmica em torno do PMDB de Maringá ganha força com a queda de braço entre o vereador Mário Hossokawa e o presidente do diretório municipal, Umberto Crispim, pelo comando do partido. O grupo de Hossokawa defende candidatura própria; Crispim alega que o diretório estadual deveria respeitar o projeto nacional do partido (Dilma/Temer), com o PMDB lançando o vice na chapa do PT, do pré-candidato Enio Verri.


19 de setembro
Diante de um partido rachado e com aumento no número de desfiliações, a executiva estadual apresenta o nome do deputado estadual Teruo Kato como interventor do PMDB em Maringá. A proposta é frear a debandada e viabilizar o projeto de candidatura própria. Apesar da intervenção, Crispim é mantido como presidente da legenda no município, mas teoricamente, com menos poderes.


23 de setembro

Na Câmara Municipal, reunião entre a executiva estadual e o diretório municipal reforça o projeto do PMDB de candidatura própria para prefeito em todos os municípios com mais de 200 mil eleitores.


Fevereiro de 2012

Ganham força os rumores de que Crispim estaria negociando uma coligação com o PSB do secretário de Estado de Relações com a Comunidade, Wilson Quinteiro – declarado pré-candidato a prefeito de Maringá. Com o maior tempo de TV entre os partidos, o PMDB daria a Quinteiro segundos preciosos de vantagem sobre os demais candidatos no horário eleitoral gratuito. Enio admite recorrer às lideranças nacionais do PT e do PMDB para evitar a parceria entre Crispim e Quinteiro.


5 de março

Teruo Kato propõe abertura de processo de dissolução do diretório municipal do PMDB – o maior partido de Maringá, com mais de 7 mil filiados. Medida é tomada depois de crescerem os rumores de que Crispim, mais próximo do que nunca do PSB de Quinteiro, estaria loteando o partido para conseguir cargos no governo. Hossokawa, que não esconde o sonho de disputar a prefeitura, tem importante vitória contra Crispim, seu maior opositor no partido.


12 de março

Reunião dos caciques peemedebistas, em Curitiba, decide pelo adiamento da admissibilidade do processo. Crispim ganha uma segunda chance à frente do diretório municipal após prometer obediência ao projeto de candidatura própria do PMDB. Com a recusa do deputado federal Odílio Baltinotti em participar do pleito, Hossokawa é formalizado pré-candidato.

O Diario

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