Brasil
13:44
O Antagonista soube que o ministro Teori Zavascki já decidiu remeter os processos contra Lula para o juiz Sergio Moro.
Quando?
Resposta: "Em breve".
O ato do PT contra Michel Temer foi um fracasso.
A avenida Paulista estava deserta.
Ainda
mais deprimente do que a falta de manifestantes, porém, foi a falta de
assunto. Lula, em seu discurso, teve de recorrer ao seu repertório mais
surrado:
“Sou filho de uma mulher analfabeta, do interior de Pernambuco”.
"Eles só sabem privatizar. E, para isso, não precisa ter governo, só agiota”.
"Estou de saco cheio de que eles digam que o dinheiro que financia o PT é sujo”.
"Se
a solução nesse país fosse diminuir ministérios, era melhor tirar os
ministérios da Fazenda e do Planejamento e deixar o dos pobres".
"Quanto mais me provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato em 2018”.
Lula
não pode contar com as ruas para evitar sua prisão. O ato de ontem à
noite só serviu para isso: para mostrar que ele está sozinho.
O Vem Pra Rua vai pra rua.
Em 31 de julho, na Avenida Paulista, às 15h, o movimento vai pedir (e O Antagonista concorda):
- Impeachment definitivo de Dilma. - Apoio total à Lava Jato. - Prisão para TODOS os corruptos, independentemente do partido.
Em
acordo de delação, Marcelo Odebrecht revela que a presidente Dilma
cobrou pessoalmente doação de campanha para pagar via caixa dois o
marqueteiro João Santana e o PMDB em 2014
Entre o primeiro e o segundo turno da
eleição de 2014, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, cobrou
de Marcelo Odebrecht uma doação “por fora” no valor de R$ 12 milhões
para serem repassados ao marqueteiro João Santana e ao PMDB. Marcelo se
recusou a fazer o repasse, mas diante da insistência de Edinho disse
que iria procurar Dilma. Dias depois, em encontro pessoal, o
empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a conversa abaixo: – Presidente, resolvi procurar a sra.
para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo
Edinho?, perguntou Odebrecht. – É para pagar, respondeu Dilma.
No acordo de delação premiada, firmado na última semana, o
empreiteiro Marcelo Odebrecht fez uma revelação que, pela primeira vez,
implica pessoalmente a presidente afastada Dilma Rousseff numa operação
de caixa dois na eleição de 2014 – o que configura crime. Aos
procuradores da Lava Jato, o empresário afirmou que a mandatária exigiu
R$ 12 milhões para a campanha durante encontro privado entre os dois. A
conversa ocorreu depois do primeiro turno da disputa presidencial. O
recurso, segundo Odebrecht, abasteceu o caixa paralelo de Dilma e serviu
para pagar o marqueteiro João Santana e o PMDB. A história narrada pelo
empreiteiro é devastadora para as pretensões de Dilma de regressar ao
poder. Nela, Marcelo Odebrecht atesta que a presidente afastada não
apenas sabia como atuou pessoalmente numa operação criminosa. Aos
integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empreiteiro desfiou com
riqueza de detalhes a ação da presidente. O empresário contou que
durante o período eleitoral foi procurado pelo então tesoureiro da
campanha, Edinho Silva.
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação parecia apreensivo e
reproduzia o mesmo comportamento persuasivo identificado por outros
delatores do esquema do Petrolão, quando abordados pelo tesoureiro. A
tensão derivava da urgência em amealhar mais recursos para reforçar o
caixa da presidente. Na conversa, em tom impositivo, Edinho cobrou do
empresário uma doação por fora que extrapolava o valor já combinado com
os petistas anteriormente: um adicional de R$ 12 milhões. Deste total,
deixou claro Edinho, R$ 6 milhões seriam para bancar despesas com
marqueteiro João Santana e R$ 6 milhões para serem repassados ao PMDB.
Oficialmente, o Grupo Odebrecht já havia doado R$ 14 milhões à campanha.
Como a quantia extra era alta e, com o acréscimo, o valor doado
representaria quase o dobro do acerto inicial, Marcelo ficou intrigado
com a abordagem do tesoureiro.
Num primeiro momento, o empreiteiro reagiu de maneira negativa. Disse
que se recusaria a fazer o pagamento. Diante da insistência de Edinho,
disse-lhe, então, que procuraria pessoalmente a presidente Dilma. Foi o
que aconteceu na sequência. Embora estivesse em plena efervescência da
campanha eleitoral, Dilma abriu um espaço em sua agenda para receber o
empresário. No encontro, segundo relato aos procuradores, Marcelo
Odebrecht foi direto ao ponto. Questionou se era mesmo para efetuar o
repasse exigido por Edinho. Ao que Dilma respondeu, sem titubear: “É
para pagar”.
Ao narrar o diálogo aos integrantes da Lava Jato, Odebrecht
compromete a presidente afastada naquilo que ela alardeava como uma
vantagem em relação aos demais políticos mencionados no Petrolão: a
pretensa ausência de envolvimento pessoal num malfeito. No momento em
que a mandatária lutava para ganhar algum fôlego a fim de tentar
reverter o placar do impeachment no Senado, a delação de Odebrecht
confirmando que ela exigiu R$ 12 milhões do empreiteiro – numa ação nada
republicana destinada a abastecer o caixa dois de sua campanha – cai
com uma bomba em seu colo. Pela letra fria da lei, utilizar-se de
dinheiro não declarado na campanha eleitoral é fator decisivo para a
perda do mandato presidencial. E Dilma não só se beneficiou do esquema
do Petrolão como operou diretamente para que um recurso de caixa dois,
portanto ilegal, irrigasse os cofres de sua campanha, conforme revelou
Marcelo Odebrecht à Lava Jato. Embora não seja este o objeto do processo
do impeachment em tramitação no Senado, o depoimento do empresário
torna insustentável a situação de Dilma e praticamente inviabiliza o seu
retorno à Presidência. Na Lava Jato, a delação de Odebrecht é tida como
absolutamente verídica. Os procuradores e delegados têm certeza de que
não se trata de apenas uma versão.
Tanto a Polícia Federal quanto a Procuradoria da República já reuniam
evidências de que a Odebrecht havia alimentado as contas do marqueteiro
João Santana por meio de caixa dois eleitoral. Em relato aos
procuradores federais de Brasília na tentativa de sacramentar um acordo
de delação premiada, Mônica Moura, mulher de Santana, havia reconhecido
que, na disputa de 2014, pelo menos R$ 10 milhões teriam sido pagos a
ela e ao marqueteiro fora da contabilidade oficial. Segundo Monica, só a
Odebrecht pagou via caixa dois ao menos R$ 4 milhões. Em dinheiro vivo.
Pelo acordo firmado com a Lava Jato, ela tinha ficado de relatar de que
maneira e por quem foram repassados os outros R$ 6 milhões. Os valores
teriam sido entregues diretamente para ela e usados para pagar
fornecedores na área de comunicação. Os investigadores e agentes da PF
já tinham identificado um depósito para o casal feito pela Odebrecht
numa conta na Suíça, não declarada à Receita brasileira, de US$ 3
milhões.
Agora é possível entender a razão do embaraço da presidente afastada
ao discorrer sobre o tema em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo,
publicada no último final de semana. Instada a se manifestar sobre a
possibilidade de o empreiteiro a acusar de pedir dinheiro para pagar o
marketing da campanha de 2014, a presidente afastada lançou mão de um
discurso que, à luz dos fatos novos expostos por Marcelo Odebrecht no
acordo de delação, não pára mais em pé: “Eu jamais tive conversa com o
Marcelo Odebrecht sobre isso”. “Eu paguei R$ 70 milhões para o João
Santana (em 2014). Tudo declarado para o TSE. Onde é que está o caixa
dois?”, perguntou ela. Na referida entrevista, Dilma já havia se
encalacrado ao negar que tivesse mantido encontros com o empreiteiro no
Alvorada e “não se lembrar” de reuniões com o mesmo interlocutor no
Palácio do Planalto. De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto,
Dilma recebeu Odebrecht quatro vezes desde a sua posse. Duas no Palácio
da Alvorada (em 26 de março e 25 de julho de 2014, ano eleitoral) e duas
no Planalto (10 de janeiro e 10 de outubro de 2013).Istoé.