quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Operação da PF de Maringá investiga lavagem de dinheiro e sonegação de R$ 1,5 bilhão

A Polícia Federal de Maringá realiza na manhã desta quarta-feira (17) uma megaoperação contra lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A ação, batizada de "Laranja Mecânica", tem como alvos as empresas da família Tolardo, proprietária de uma das maiores redes distribuidoras de autopeças

Houve apreensões de computadores, documentos e bens de luxo dos proprietários, como cerca de 150 veículos, duas aeronaves e imóveis. Segundo a Polícia Federal, se forem somados os valores sonegados e os bens adquiridos com esse dinheiro, o valor chega a R$ 1,5 bilhão.
A operação acontece também em Curitiba, São Paulo (Guarulhos), Rio Grande do Sul (Caxias do Sul) e Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Iguatemi).
Uso de laranjas
As investigações teriam iniciado em 2008, com apoio da Receita Federal (RF). Segundo a PF, a família Tolardo teria constituído empresas no ramo de autopeças utilizando o nome de 'laranjas'. Assim, realizavam sonegação fiscal e quando a empresa era fiscalizada, eles as abandonavam sob a responsabilidade dos 'laranjas'.
Em função de várias ações fiscais promovidas pela Receita Federal nos últimos 10 anos contra 25 empresas do grupo, cujos créditos tributários em dívida aproximam-se de R$112 milhões, os principais membros da família montaram um esquema com o fim de não pagar os tributos devidos e, a partir de então, ocultarem-se totalmente com o uso de cerca de 70 empresas comerciais, descartadas de tempos em tempos, todas, sem exceção, em nome de "laranjas"ou "testas-de-ferro".
Conforme a Receita Federal, para dissimular a expressiva movimentação financeira, o grupo passou a utilizar ao menos 14 empresas de "factoring" - também com sócios "laranjas" – cujas contas bancárias funcionavam como "caixa centralizador" do esquema, tanto para cobranças dos clientes como para pagamentos pelo grupo econômico das aquisições de autopeças junto às indústrias fornecedoras.
Algumas destas "factorings" de fachada foram fiscalizadas recentemente pela RF. Os valores lançados estavam com dívidas na ordem de R$ 26 milhões.
Além dos débitos já inscritos na ordem de R$ 140 milhões, verificou-se entre 2008 e 2010 que a movimentação financeira do grupo econômico girou em torno de R$ 1,5 bilhão. Estimando-se que as fraudes praticadas pelo esquema investigado contra a Fazenda Nacional, assim como contra os Fiscos Estaduais, alcancem neste período cerca de R$ 800 milhões.
O grupo econômico possui empresas espalhadaspor diversos estados (principalmente SP, PR, MT, GO, MA, RS, ES, MG, MSe BA). Conta com cerca de 1.200 empregados, vários com registros em empresa diversa daquela que efetivamente trabalham, e com salários e benefícios informados em valor menor do que efetivamente recebem, caracterizando também fraude de contribuições previdenciárias.
Cerca de 200 policiais federais e 100 servidores da RF cumprem 44 mandados de busca e apreensão e 35 para condução coercitiva (prestação de esclarecimentos na PF).
A PF deve conceder entrevista coletiva sobre o caso às 10h desta quarta-feira.
Patriarca foi sequestrado
Em 1991, o patriarca da família que está sendo investigada pela PF, Samuel Tolardo, foi vítima de um dos sequestros mais longos já registrados na região de Maringá. Dez pessoas foram feitas reféns. Um delegado, seu assistente, um policial de folga e um refém morreram. Samuel morreu em outubro de 2007, após sofrer um acidente de carro. O Diario

Um comentário:

Anônimo disse...

trabalhei na empresa dos tolardos aqui no RIO de janeiro rede presidente peças quando fui demitido procurei a receita federal e meu nome apareceu associado a empresa deles minha advogada ficou com medo e abandonou a causa fui ironizado na receita federal porque reclamar voce e um empresario sei que a reportagem e antiga mas so agora que achei falando alguma coisa do tolardo