Quando foi resgatado de dentro do bueiro, a primeira ação do Corpo de
Bombeiros foi oxigenar o bebê
A previsão dos médicos responsáveis pelos cuidados do bebê
que foi encontrado em um bueiro na quinta-feira (3) é que ele fique mais
dois ou três dias na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Universitário (HU)
de Maringá.
O recém-nascido apresenta um ferimento no pescoço e uma perfuração no lado
direito do tórax. As lesões na coluna cervical e um pequeno traumatismo
craniano, informados pelo hospital na quinta (3), não se confirmaram após os
primeiros exames. “Ele ficará na UTI mais por precaução mesmo”, explicou um dos médicos
responsáveis pelo bebê, Durvalino de Aguiar. “O estado dele é
bem estável, já que se alimentou bem. O atendimento foi feito a tempo e todos os
ferimentos foram suturados.”
Quando foi resgatado na Rua Rio São Francisco, no
Jardim Oásis, a primeira ação do Corpo de
Bombeiros foi oxigenar o bebê. “Logo depois disso os batimentos dele
começaram a se normalizar”, lembrou o sargento Salvador Guerrero
Garcia, responsável pelo primeiro atendimento.
Investigações
A Polícia Civil ainda não tem informações sobre o paradeiro
dos pais do bebê. Em entrevista à RPC TV Maringá, o delegado
responsável pelo setor de Homicídios, Alexandro
Bonzatto, pediu ajuda da comunidade para esclarecer o caso. “É
conveniente que os moradores procurem se recordar de alguma gestante da
vizinhança que possa ter sumido ou aparecido sem a criança”, disse.
Outra ação da polícia será visitar o serviço municipal de atendimento à
gestantes. “Queremos descobrir se alguma delas tinha parto agendado para o
início do ano”, contou. O caso será tratado ou como infanticídio, caso a mãe
tenha deixado o bebê no bueiro, ou homicídio, caso a atitude tenha partido de
outra pessoa.
"Anjo da guarda"
O pedreiro Adriano Ferreira dos Anjos, 27 anos, fez jus ao
sobrenome na quinta-feira (3). Ele foi o "anjo da guarda" do bebê: quando
passava pela rua ele ouviu um som estranho. “Pensei que fosse um gato”, contou.
“Quase passei direto, mas senti alguma coisa dentro de mim e resolvi olhar.”
Quando viu o bebê, o pedreiro chamou moradores e colegas de profissão, que
estão construindo uma igreja nas proximidades. “É uma rua deserta, sem casas. Se
chovesse, ninguém acharia ele”, afirmou. Dos Anjos teve a ajuda de outros dois
pedreiros para erguer o bueiro e resgatar o bebê. “Me considero um herói.”
A assistente social do HU, Miriam Fernandes Martins,
reforçou que o resgate foi fundamental para a sobrevivência da criança. “Acho
que esse bebê nasceu três vezes. Quando nasceu mesmo, quando sobreviveu aos
ferimentos e quando foi encontrado.”Gazeta Maringá
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