Jamil Chade, enviado especial - O Estado de S. Paulo
LAUSANNE - Faltando pouco mais de um mês para o pontapé inicial da Copa do Mundo, o secretário-geral da Fifa,
Jérôme Valcke, faz um desabafo público e afirma que "viveu um inferno"
na relação com o governo brasileiro durante a preparação do Mundial.
Segundo Valcke, a Fifa reduziu suas expectativas na organização do
Mundial e ele admite que o torneio vai começar com cidades em obras em
projetos de infraestrutura. O secretário-geral ainda acusou
indiretamente o projeto da Copa de não ter sido um projeto de Estado e
cobrou consistência de Brasília, a capital Federal.
Jamil Chade/Estadão
Valcke esperava mais responsabilidade
"Quanto à crítica sobre as despesas, é verdade que nós (Fifa) temos uma responsabilidade moral. Dou um exemplo: num dado momento havia um certo número de pessoas, no Brasil, entre eles, políticos, que se opunham à Copa do Mundo. Vivemos um inferno, sobretudo porque no Brasil há três níveis políticos, houve mudanças, uma eleição (de Dilma Rousseff), mudanças, e não discutíamos mais necessariamente com as mesmas pessoas", atacou. "Foi complicado, porque a cada vez tínhamos de repetir a mensagem."
O secretário-geral da Fifa não deixou de tecer uma crítica ao que seria uma falta de engajamento do Governo Federal. "Talvez (no futuro) tenha de ser a mais alta autoridade representante do povo que seja associada a uma decisão de uma candidatura e não simplesmente um governo, um chefe de Estado e seus ministros que passam com o tempo. Que seja uma representação global do País", disse Valcke.
Ao terminar o evento na Suíça, Valcke foi questionado por jornalistas brasileiros sobre o motivo de ter vivido "um inferno" e mudou sua versão. "Não foram três anos de inferno. Foram três anos complicados, mas tanto para o Brasil quanto para nós", declarou. "O trabalho não foi realizado por uma parte ou outra, não sei. Tivemos complicações relativas à estrutura do País em relação a investimentos que talvez começaram tarde, uma incompreensão em relação à dimensão do evento", abrandou.
"Lembro que me diziam: como você pode duvidar do Brasil? Nós organizamos o Carnaval do Rio todos os anos com 3 milhões de pessoas. Mas no carnaval são pessoas do Rio e que tem seus apartamentos lá. Estão na praia e ficam por lá. As pessoas achavam que era fácil organizar uma Copa. Mas é um trabalho de verdade. É uma responsabilidade real", disse.
OBRAS
O CEO da Copa também deixou claro que algumas cidades não terão todas as obras de infraestrutura completadas a tempo. Questionado sobre o que falta, Valcke foi claro. "São muitos detalhes. Não digo que tudo estará concluído", apontou. "Em uma cidade como Cuiabá, há estruturas na cidade que não são diretamente relacionadas com a Copa. Portanto, haverá certamente obras nos entornos. Mas nos estádios, teremos o que precisamos."
Ele admitiu, porém, que teve de reduzir suas exigências para que as estruturas fossem entregues. "Reduzimos pretensões e necessidades e teremos o necessário para os jornalistas, torcedores e times durante a Copa", disse. "No dia 21 de maio, vamos receber os estádios para instalar a tribuna de imprensa e organizar as câmeras. Custaria mais barato se tivéssemos dez estádios. Mas temos doze."
"É verdade que algumas exigências nós reduzimos para a Copa", disse. Um dos pontos foi a redução do espaço e volume que a Fifa exigia em relação às estruturas temporárias. "Rediscutimos o que precisávamos e reduzimos custos", declarou o secretário-geral. Mas ele garante que não reduziu nem compromissos com estádios nem segurança.
Um comentário:
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