O prazo para liberação dos R$ 31 milhões previstos na emenda ao Orçamento da União de deputados federais paranaenses, para concluir o Hospital Universitário de Maringá, vence em três dias. Conforme a legislação eleitoral, o empenho de recursos para beneficiar prefeituras e projetos estaduais termina em 3 de julho.
A superintendência do hospital dá o caso como perdido para 2010. O médico José Carlos Amador diz que há duas semanas tenta uma audiência com o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), para pedir agilidade na liberação. Até ontem, Amador não havia conseguido um retorno do ministro.
A verba seria utilizada para concluir o projeto original do HU, elaborado há 20 anos, com base na demanda da época. A planta do HU prevê um hospital de 27,8 mil metros quadrados, com 300 leitos de atendimento e 11 centro cirúrgicos. O hospital conta com 123 leitos e 2 centros cirúrgicos.
A área construída, 12 mil metros quadrados, também não chega à metade do que foi projetado.
O número de funcionários é abaixo da demanda. Há 3 anos, a direção do HU solicitou ao governo estadual mais 300 servidores, entre médicos, enfermeiros e funcionários para o setor administrativo.
Segundo a superintendência, este ano o governo sinalizou a possibilidade da contratação de mais 141 funcionários, mas temporários, com contrato de um ano, renovável por igual período.
"Imaginem a situação: eu demoro um tempo para treinar um motorista de ambulância. Aí vence o contrato dele e o profissional treinado vai para a iniciativa privada", ilustra o superintende do hospital.
A mobilização pela emenda começou há um ano, com direito a visita de políticos ao hospital. Deputados percorreram os corredores tomados por pacientes depositados em macas improvisadas, trocaram apertos de mãos com os doentes e garantiram dedicação máxima para a liberação dos recursos. A emenda ao Orçamento foi aprovada, mas nenhum dinheiro chegou ao HU.
Desvio
Parte do dinheiro previsto para o hospital mudou de curso. Decreto do presidente Lula, assinado em 20 de maio, reduziu em R$ 6,8 milhões os recursos destinados ao HU.
A alteração faz parte de um pacote de R$ 529 milhões em mudanças no Orçamento, em favor de outros ministérios, como o de Combate à Fome.
O deputado federal Ricardo Barros (PP), coordenador político da emenda, também não conseguiu agendar reunião com o ministro José Gomes Temporão (Saúde). O objetivo era convencer o ministro a assinar a liberação dos recursos.
O Diário
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