A Polícia Civil fechou na tarde
desta quinta-feira (17) um laboratório clandestino de remédios emagrecedores que
funcionava em uma chácara na Estrada Bandeirantes, na divisa de Maringá com
Paiçandu. Quatro pessoas - três delas adolescentes - foram detidas no local.
A polícia chegou ao laboratório, que funcionava há pelo pelo menos dois anos,
a partir de uma denúncia anônima. Cerca de 50 tipos de 'remédios' eram
fabricados no local. Os detidos contaram à polícia que aproximadamente 1,2 mil
potes contendo entre 60 e 120 capsulas, produzidos por dia no local, eram
enviados para distribuidoras do Paraná e Santa Catarina.
João Cláudio Fragoso
Policiais civis recolhem remédios fabricados no
laboratório clandestino
Uma avaliação preliminar, feita a partir da quantidade de material apreendido, indica que os falsificadores faturavam pelo menos R$ 1,5 milhão por mês. "Esses potes de capsulas para emagrecimento são comercializados na faixa de R$ 60 a 70 cada nas farmácias. Se a produção era de 1 a 1,2 mil por dia, dá para estimar o rendimento deles", comentou o delegado da 9ª SDP, Nagib Nassif Palma.
Na casa principal, os policiais encontraram milhares de potes de plástico, rótulos, capsulas vazias, caixas de papelão e todo o material para embalar e distribuir os medicamentos. Um cômodo, construído ao lado da casa, funcionava como fábrica, onde eram moídos diversos materiais, ainda não identificados, e enchidas as cápsulas.
Apesar do pó esverdeado usado para encher as cápsulas ser o mesmo, depois de prontas elas eram dividias sob diversos nomes diferentes. Nós rótulos não haviam endereços das fábricas, mas tinham número de telefone e e-mail do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
“Tudo levava a parecer um produto
normal. Quem compra esses produtos jamais imagina como é feito ou o que tem
dentro”, comentou o delegado. “A perícia vai apurar agora que tipo de materiais
eram moídos e usados para preencher as capsulas. Não dá para saber exatamente o
que eles estavam embalando como remédio, mas o cheiro é forte”, comentou
Palma.
O delegado enumerou pelo menos
quatro crimes diferentes, que eram cometidos no local: falsificação, crime
contra o consumidor, sonegação fiscal e comercialização de medicamentos sem
registro do Ministério da Saúde. “Isso é o que estamos vendo agora, mas outros
devem ser tipificados no decorrer das investigações”, adiantou Palma.
Os donos do laboratório clandestino
(seriam pelo menos três pessoas) não foram presos, mas já estão identificados. A
polícia não revelou as identidades para não atrapalhar as investigações. A
Polícia também quer saber quem o proprietário da chácara onde funcionava o
laboratório e se há mais pessoas envolvidas.
- Rosângela Gris e Edmundo Pacheco/O Diario
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