sábado, 5 de janeiro de 2013

Previsão é que bebê encontrado em bueiro deixe a UTI no começo da semana

Salvador Guerrero Garcia / Corpo de Bombeiros / Quando foi resgatado de dentro do bueiro, a primeira ação do Corpo de Bombeiros foi oxigenar o bebê Quando foi resgatado de dentro do bueiro, a primeira ação do Corpo de Bombeiros foi oxigenar o bebê

A previsão dos médicos responsáveis pelos cuidados do bebê que foi encontrado em um bueiro na quinta-feira (3) é que ele fique mais dois ou três dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Maringá.
O recém-nascido apresenta um ferimento no pescoço e uma perfuração no lado direito do tórax. As lesões na coluna cervical e um pequeno traumatismo craniano, informados pelo hospital na quinta (3), não se confirmaram após os primeiros exames. “Ele ficará na UTI mais por precaução mesmo”, explicou um dos médicos responsáveis pelo bebê, Durvalino de Aguiar. “O estado dele é bem estável, já que se alimentou bem. O atendimento foi feito a tempo e todos os ferimentos foram suturados.”
Quando foi resgatado na Rua Rio São Francisco, no Jardim Oásis, a primeira ação do Corpo de Bombeiros foi oxigenar o bebê. “Logo depois disso os batimentos dele começaram a se normalizar”, lembrou o sargento Salvador Guerrero Garcia, responsável pelo primeiro atendimento.
Investigações
A Polícia Civil ainda não tem informações sobre o paradeiro dos pais do bebê. Em entrevista à RPC TV Maringá, o delegado responsável pelo setor de Homicídios, Alexandro Bonzatto, pediu ajuda da comunidade para esclarecer o caso. “É conveniente que os moradores procurem se recordar de alguma gestante da vizinhança que possa ter sumido ou aparecido sem a criança”, disse.
Outra ação da polícia será visitar o serviço municipal de atendimento à gestantes. “Queremos descobrir se alguma delas tinha parto agendado para o início do ano”, contou. O caso será tratado ou como infanticídio, caso a mãe tenha deixado o bebê no bueiro, ou homicídio, caso a atitude tenha partido de outra pessoa.
"Anjo da guarda"
O pedreiro Adriano Ferreira dos Anjos, 27 anos, fez jus ao sobrenome na quinta-feira (3). Ele foi o "anjo da guarda" do bebê: quando passava pela rua ele ouviu um som estranho. “Pensei que fosse um gato”, contou. “Quase passei direto, mas senti alguma coisa dentro de mim e resolvi olhar.”
Quando viu o bebê, o pedreiro chamou moradores e colegas de profissão, que estão construindo uma igreja nas proximidades. “É uma rua deserta, sem casas. Se chovesse, ninguém acharia ele”, afirmou. Dos Anjos teve a ajuda de outros dois pedreiros para erguer o bueiro e resgatar o bebê. “Me considero um herói.”
A assistente social do HU, Miriam Fernandes Martins, reforçou que o resgate foi fundamental para a sobrevivência da criança. “Acho que esse bebê nasceu três vezes. Quando nasceu mesmo, quando sobreviveu aos ferimentos e quando foi encontrado.”Gazeta Maringá

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