quinta-feira, 3 de março de 2011

Em sua 1ª palestra, Lula diz que foi 'achincalhado' ao falar da 'marolinha'

Em sua primeira palestra após deixar a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva falou nesta quarta-feira (2) sobre os oito anos de seu governo e destacou que um dos piores momentos que viveu como presidente foi durante a crise financeira internacional, no fim de 2008. Ele relembrou o episódio em que comparou a crise a uma "marolinha" e disse que foi "achincalhado".

"As pessoas diziam nos jornais: ‘Quero ver se o Lula agora vai conseguir governar com a crise’. O mundo até então estava crescendo, eles diziam que era sorte. Quando [então] veio a crise, eu disse que era uma marolinha. Por conta da marolinha, eu fui achincalhado, diziam que eu estava menosprezando a crise”, afirmou a funcionários da empresa LG durante palestra sobre macroeconomia em evento no Expo Transamérica, na capital paulista.
O evento foi aberto por volta das 18h40, mas Lula só começou a falar às 19h30. O ex-presidente foi apresentado por um executivo da LG que afirmou que o bom momento da empresa devia-se ao “resultado da política econômica conduzida por Lula em oito anos”. O ex-presidente intercalou a palestra entre leitura de páginas e falas de improviso. O discurso durou cerca de 40 minutos.
Ao falar sobre a crise a funcionários da LG, Lula disse ainda que foi um ato de "coragem" ter feito em rede pública de televisão o que chamou de "apologia do consumo". "Eu fiz uma coisa que poucos políticos tiveram coragem de fazer. Quando começou essa história de que o povo estava com medo de comprar, eu chamei o Franklin (Martins, ex-ministro da Comunicação Social), e disse: 'Se prepara que eu vou à TV fazer pronunciamento fazendo apologia do consumo'."
Ele disse então que foi criticado dentro do próprio governo. "Tinha gente que não queria que eu fosse porque era arriscado. Mas eu acho que ajudou a resolver."
Para Lula, a política de “diminuição da desigualdade e distribuição de renda foram importantes para reduzir os impactos [da crise]. (...) Não foi por força de qualquer mágica que superamos a crise.”G1

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