terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Agressão lidera ocorrência nas escolas de Maringá

O 1° Pelotão de Patrulha Escolar, ligado ao 4° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Maringá, registrou 178 ocorrências em instituições de ensino, 78 delas consideradas graves, entre janeiro e novembro de 2011. Os números são referentes a atendimentos em Maringá, Loanda, Paranavaí, Paiçandu e Sarandi.
Em 2011, a patrulha fez duas apreensões de arma de fogo, em Maringá e Sarandi. Em 24 de maio, um adolescente de 14 anos foi detido por carregar um revólver de calibre 22 na mochila. Recentemente, um garoto de 15 anos foi apreendido em uma escola de Sarandi por estar com um revólver calibre 38 na cintura, na sala de aula. Com ele, a polícia também encontrou 15 g de cocaína e 1 g de maconha. Os dois casos aconteceram em escolas estaduais, as mais atendidas pela corporação.
Apesar de também atuarem em escolas privadas e municipais, segundo informações da PM, 70% dos chamados são de escolas e colégios ligados à Secretaria de Estado de Educação (Seed). Outros cem casos não estão especificados nos relatórios da PM.
"Normalmente são aqueles resolvidos apenas com a presença da patrulha ou, por exemplo, casos de danos materiais em que os responsáveis assumem os custos", explica o Capitão Luiz Carlos Martins da Silva.
Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) o número pode estar subestimado, uma vez que muitas outras situações são resolvidas pela própria direção do estabelecimento.
"Mesmo assim, cria uma situação de tensão, principalmente no lugar em que isso acontece. Por mais que tenhamos poucos casos de vias de fato, este risco é uma tortura psicológica para o professor. Ele enfrenta os alunos no cotidiano, precisa brigar, chamar a atenção. Faz parte do trabalho", afirma o diretor de política sindical da APP, Marcelo Júnior dos Santor.
Problemas
A diretora do Colégio Estadual João XXIII, Meir Braga La Frazia, vivenciou uma situação de violência em agosto. Após pedir que um adolescente que discutia com outro fosse até a direção, o garoto de 13 anos teve um surto e precisou de cinco funcionários para contê-lo. "Fomos informados que ele também estava com um canivete", relata.
Ela nega que o aluno, hoje sob acompanhamento médico e pedagógico, tenha utilizado a arma para ameaçar alguém. Mesmo assim, com a chegada da Patrulha Escolar, o garoto foi apreendido e o Conselho Tutelar encaminhou o caso à promotoria. "Não tem como negar que é uma situação que incomoda todo mundo, alunos, funcionários, pais. Depois daquilo a rotina voltou ao normal no colégio", diz.
De acordo com o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Maringá, não há um protocolo a ser seguido em casos como esse. Em agosto, o Núcleo havia informado que os casos de violência chegavam a quatro por dia nas escolas dos 25 municípios da região. Atualmente, com a proximidade do fim das aulas, Marceli dos Santos, do Setor Socioeducacional e Políticas Públicas, estima que aconteça um caso a cada 15 dias. "Quando somos informados de situações assim, vamos até a escola, fazemos reunião com família, equipe pedagógica e Conselho Tutelar. Mas o colégio tem autonomia para resolver esses problemas."
Mesmo com os chamados, o capitão Martins diz que a maior parte do tempo da Patrulha Escolar é dedicado à prevenção. "Em 2011, foram mais de mil palestras com estudantes, sobre drogas e violência. A cada turno, fazemos a média de 5 visitas de rotina em escolas", conta. De acordo com ele, os policiais destacados para o pelotão também recebem treinamento de mediação de conflitos.O Diario

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