sexta-feira, 25 de março de 2011

Alta no litro do etanol dispara o consumo de gasolina


Desde que o litro do álcool combustível rompeu a barreira dos dois reais, a maioria dos consumidores, que tem veículos com tecnologia flex, substituiu o derivado da cana-de-açúcar pela gasolina.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Derivados de Petróleo e Lojas de Conveniência do Paraná (Sindicombustíveis-PR), atualmente os postos do Estado concentram 90% das vendas na gasolina e apenas 10% no álcool. No auge do consumo do etanol, a venda do produto chegou a representar 60% do movimento dos postos.
O Sindicombustíveis-PR aponta que desde onze de junho de 2010 até agora, o preço do litro do etanol registra aumento de 95,93% para o distribuidor. Os números foram colhidos no Centro de Estudos Avançados em Economia (Cepea), de São PauloPara o presidente do sindicato, Roberto Fregonese, a pressão sobre o preço do etanol seria menor se as destilarias intensificassem o processamento da safra de cana-de-açúcar, que ainda não foi possível por causa do excesso de chuva nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Para alterar o cenário atual, ele diz que uma das soluções seria reduzir de 25% para 20% o índice de álcool na gasolina. "Mas o governo federal descarta a possibilidade", diz.Postos da região registram aumento expressivo no consumo de gasolina. Em Marialva (a vinte quilômetros de Maringá), a proprietária da WZ Combustíveis, Cintya Pinheiro Marin, declara que a gasolina representa 90% das vendas. "Está vendendo muito mais do que o álcool. Quem continua no etanol são aqueles que gostam de ver o ponteiro girar mais quando abastece", diz Cintya. Na cidade, o litro da gasolina custa R$ 2,62 e o álcool, R$ 2,26.
Em Sarandi (na região metropolitana), a venda de álcool despencou. "Passamos de uma média diária de 3,5 mil litros de álcool para mil", ressalta o gerente do Auto Posto Garbúgio, Roberto Faraoni.
"A venda de gasolina, por sua vez, dobrou", comenta. Na cidade, o litro da gasolina é vendido a R$ 2,69 e o etanol a R$ 2,19. Em Paiçandu (também na região metropolitana), o litro da gasolina custa R$ 2,63 e o do etanol, R$ 2,09.
Em Maringá, no Posto Cidade, a procura pelo derivado do petróleo aumentou 80% em um mês. "Todo mundo que tem carro flex aderiu à gasolina", diz Elaine Silva, do departamento administrativo. "Nossas vendas são 95% de gasolina e 5% de álcool", estima.
No Posto Oxipetro, também em Maringá, foi registrada queda considerável nas vendas de etanol. "Hoje vendemos quatro vezes mais gasolina do que álcool", diz Fabiana Satie, do departamento administrativo. "Só quem não tem a opção dos dois combustíveis usa o álcool", completa.
O estudante universitário Rodrigo Rodrigues Cardoso trocou o álcool pela gasolina há 45 dias e limitou o uso do veículo. "Troquei quando o preço do álcool bateu R$ 1,99", comenta. "Carro agora, só para viagens. No dia a dia, uso a moto", acrescenta.
O químico Liceu Spitzner continua abastecendo com álcool, mas já cogita a troca. "Ainda acho que o rendimento com álcool é maior para o meu carro, mas em breve vou passar para a gasolina", comenta. O autônomo Fabrício Montanher protesta contra o valor cobrado pelos postos. "Para ser considerado caro, o etanol devia custar R$ 1,50 o litro", desabafa.O Diario

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