domingo, 23 de janeiro de 2011

Mais de 28 mil aguardam por cirurgias e consultas


Em dezembro, mais de 24 mil estavam à espera de consultas especializadas e mais de 3 mil por cirurgias


Mais de 28 mil pacientes aguardam por cirurgias e consultas especializadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Maringá. Ortopedia, dermatologia, angiologia, endocrinologia e neurologia infantil são as especialidades com maior demanda. A espera por consulta com o neuropediatra, por exemplo, pode chegar a 1 ano.
Para reduzir a fila dos procedimentos, dois mutirões foram programados. Um de consultas no último trimestre de 2010 mobilizou diariamente médicos no Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Setentrião Paranaense (Cisamusep) e em clínicas e consultórios credenciados para atender as sete especialidades com maior demanda.
E a partir de fevereiro, as cirurgias eletivas – as que podem ser agendadas por não implicarem risco imediato à vida – ganham fôlego com a volta ao trabalho dos profissionais de saúde, após um mês de férias.
Os mutirões foram possíveis com o repasse de R$ 3,8 milhões da Câmara para a Secretaria de Saúde, restantes do orçamento do Legislativo em 2009.
Com o repasse, o vereador Carlos Eduardo Sabóia (PMN), que preside a Comissão da Saúde na Câmara, espera que a fila por cirurgias ortopédicas e vasculares seja zerada até o fim do ano. "As pessoas que aguardam hoje na fila pelas operações serão atendidas, só que a fila não para e virão novos pacientes."
Para ajudar a custear os procedimentos, Sabóia adianta que a Secretaria da Saúde deve receber mais R$ 1,5 milhão, dos R$ 3,4 milhões economizados pela Câmara em 2010. 
Matemática
Em dezembro, eram 24.468 pacientes no aguardo por consultas especializadas na cidade. No mesmo mês, foram atendidas 4.259 pessoas. No caso das cirurgias, a fila chegou a 3.735. São procedimentos que vão desde uma curetagem, orçada em R$ 359,35, à substituição da articulação do quadril por próteses, cujo preço de tabela é R$ 3.594,53. No mês passado, foram encaminhados 500 pacientes para o hospital.
Como a procura é muito maior que a capacidade de atendimento, a conta se torna difícil de fechar no azul. "Não é uma matemática crua", afirma o secretário Antônio Carlos Nardi. "O fato de haver 24 mil pessoas à espera de consulta e serem liberadas 4,5 mil por mês não quer dizer que em 5 meses a fila estará zerada. Isso porque novos pacientes surgirão". São, em média, 6,5 mil a 7 mil novos agendamentos para consultas, cirurgias e exames por mês.
A partir da confirmação do repasse dos R$ 3,8 milhões à Saúde, a secretaria foi em busca de mais profissionais para aumentar a oferta do serviço. O mutirão das consultas, que começou em outubro, surtiu resultado, principalmente em ortopedia. Em 5 meses, a demanda pela especialidade reduziu 77%. No fim de julho, eram 14 mil pacientes no aguardo por consulta; hoje, são 3,3 mil.
"Contratamos mais médicos e passamos a fazer atendimentos diários de mais de 60 consultas", diz Nardi.
O secretário prevê que a oferta média mensal de 4,5 mil consultas e 500 cirurgias será elevada em até 35% a partir dos mutirões. "Mas temos de lembrar que sempre que o serviço melhora, a procura aumenta ainda mais."

Custo
R$ 6 milhões é o valor pago por mês pela prefeitura por consultas especializadas, cirurgias e exames.Carla |Guedes

Um comentário:

Anônimo disse...

Fico indignada como a área mais deliciada e que deveria ser a prioridade para os políticos maringaenses chega ao caos total. É deprimente a falta de atendimento médico aos que necessitam, o povo pede socorro!!!