quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Estado volta a atrair empresas de porte elevado

Do Paraná Online

A última semana de janeiro já acumula vinte investimentos de porte elevado que estão em estágio bastante maduros nas negociações com o Paraná para instalarem suas respectivas unidades.
A informação foi dada pelo secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros. O secretário não quis revelar a identidade dos empreendimentos, mas Paraná Online apurou que além das empresas AmBev, THK e Leax, cujas negociações já foram divulgadas, Schincariol e Bunge também seguem os mesmo passos.
Ainda no grupo dos prováveis investidores estão uma empresa de mecânica pesada e outra de origem egípcia, que quer fabricar em Curitiba artigos médicos e odontológicos.Uma das demandas fiscais em análise diz respeito à redução da alíquota de 29,5% de ICMS do setor de bebidas. Embora a Secretaria de Estado da Fazenda e Receita Federal ainda não tenham anunciado a conclusão dos estudos de redução na arrecadação, o setor de bebidas dá como certa vinda da Schincariol para o Paraná.
Aliás, comenta-se entre os articuladores da proposta de reformulação dos incentivos fiscais do Estado que a alíquota de ICMS ficará na faixa dos 20%, o que representa um meio termo entre o imposto cobrado em bebidas por São Paulo (25%) e por Santa Catarina (18%).
A redução na arrecadação, segundo os apoiadores das mudanças no ICMS, será compensada em três anos, pois o Paraná é um dos principais consumidores do produto.
Estima-se que o consumo interno, que hoje é suprido em apenas 40% com a produção paranaense, passe a ser atendido em até 70% por bebidas fabricadas no Estado.
Incentivos
Outra demanda que terá reflexo direto em investimento no Paraná será a oferta de incentivos para empresas já instaladas no Estado, que visam expandir seus negócios.
A empresa de alimentos Bunge, por exemplo, instalada em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, pretende investir em uma nova fábrica de margarina na cidade, caso o governo confirme os incentivos.“A Bunge já fabrica o óleo na cidade e com a nova unidade, ao invés de mandar soja para o Porto de Paranaguá exportar, poderemos produzir margarina cujo valor agregado é muito maior. É o tipo do investimento que otimizará todo o agronegócio local e do Estado, além de criar pelo menos 700 novas vagas”, aponta o secretário de Indústria e Comércio de Ponta Grossa, João Kovaleski.
“Uma empresa de papel de Curitiba, que pretende dobrar a produção, já recebeu o aval de que o governo vai apoiar toda e qualquer empresa que possa ampliar seus negócios no Estado e essa reivindicação de benefícios fiscais para esse tipo de situação vem ao encontro disso”, revelou Barros.
Na rota dos investimentos
Bunge, AmBev, THK e uma empresa de mecânica pesada visam Ponta Grossa como endereço dos investimentos no Estado. Curitiba também está na rota dos novos projetos.“Está bastante avançada a negociação com a empresa egípcia que fabrica artigos médicos e odontológicos de alta complexidade, que demandam muita tecnologia”, garantiu o diretor técnico da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, Gilberto Camargo.
“Já ingressamos na fase de buscar junto ao governo federal licenciamentos”, assegurou Camargo, acrescentando que a previsão é de que tais liberações ocorram em um prazo de oito a nove meses. “No plano de instalação que realizamos com a empresa deixamos claro que não queremos importar poluição. Por isso vamos fazer parte do processo de fabricação desses produtos, aliás, será a parte com maior valor agregado, na ordem de 90%”.

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