sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

“Dois mil anos de prisão para Odebrecht”, avalia procurador da Lava Jato


O procurador MPF-PR (Ministério Publico Federal do Paraná) e coordenador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol afirmou nesta sexta-feira (22), em entrevista à BandNews FM, que, se somados os crimes em série atribuídos ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, dono da Odebrecht, a pena poderia passaria de 2 mil anos de prisão.
“Se formos somar as penas de todos os crimes em série, por incrível que pareça as penas somariam de 2 mil anos de prisão, mas quando aplicamos a regra de crimes continuados, porque a pessoa cometeu uma séria de crimes em sequência, a pena vai para muito menos que isso. A expectativa é que uma pena inferior a 100 anos de prisão”, avaliou.
A Odebrecht teria liderado o grupo de empreiteiras no cartel de empresas que monopolizou os contratos bilionários e superfaturados da Petrobras entre 2004 e 2014. O empresário foi detido em junho do ano passado na Operação Lava Jato, acusado de pagamento de R$ 137 milhões em propinas.
Lula não é alvo, por enquanto
Sobre o envolvimento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no esquema investigado pela Lava Jato, Dallagnou afirmou que o ex-presidente “até hoje não se tornou alvo”. “Nós investigamos fatos e não pessoas. Se os colaboradores mentem, eles são punidos, perdem todos os benefícios e nós podemos processá-los, então não é vantajoso mentir. As investigações são dinâmicas e o Lula, até hoje, não se tornou alvo”, explicou o procurador.
O procurador também repercutiu a declaração de Lula em entrevista a blogueiros, na quarta-feira, sobre a suposto direcionamento para que o nome dele fosse citado: “Delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não adianta”, afirmou Lula. “Ninguém é acusado apenas pela palavra do delator, e sim por provas independentes da colaboração que apontam as responsabilidades daquela pessoa sobre os crimes”, argumentou Dallagnol.
Nesta semana os advogados do pecuarista José Carlos Bumlai, preso em novembro do ano passado, arrolaram o ex-presidente Lula para depor como sua testemunha de defesa. Bumlai e Lula são amigos desde 2002. O pecuarista foi denunciado pelo MPF por ter feito um empréstimo fraudulento no valor de R$ 12 milhões, e admitiu que o dinheiro foi usado para a campanha do Partido dos Trabalhadores (PT) de 2004.Paraná Portal

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