Ao lado do vice Michel Temer, Dilma Rousseff inaugurou, em Brasília, o comitê central de sua campanha.
Em discurso, apresentou-se como herdeira do ex-chefe cabo-eleitoral: “O presidente Lula me deu talvez a maior herança que alguém pode dar a alguém...”
“...Me deu a missão de cuidar do povo que ele tanto ama. Eu vou cuidar desse povo com toda a responsabilidade”. Prometeu “continuar” e “avançar”.
Marcado para as 18h, o evento começou com duas horas de atraso. Jogara-se a coisa para o período noturno para permitir que Lula, fora do expediente, desse as caras.
Porém, o presidente não apareceu. Ao tomar do microfone, Dilma tinha atrás de si, no tablado montado para os discursos, uma pequena multidão.
Lá estavam as principais lideranças que a apóiam, incluindo barões do PMDB como José Sarney e Renan Calheiros.
À medida que a candidata falava, os pares de orelhas que a escutavam foram saindo de fininho. As lentes do repórter Lula Marques congelaram dois momentos.
Repare lá no alto. Numa imagem, clicada no início do discurso de Dilma, a retaguarda apinhada. Noutra, captada ao final da fala, nem tanto.
Do comitê, políticos dos dez partidos reunidos na coligação de Dilma foram à mansão do deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ali, serviu-se um jantar.
Tomada pela pressa, a maioria dos líderes pró-Dilma parecia antever que o repasto de Eunício seria mais nutritivo que as palavras da candidata.
Ingratidão, já que Dilma afagara-os todos em seu discurso. Tachada pela oposição de inexperiente, cuidou de realçar a “experiência” de seu consórcio partidário.
“Somos uma coligação experiente. Aqui estão partidos experientes, que não começaram ontem...”
“...Tem pessoas experientes, têm experiência de governo. Em sete anos, o Brasil descobriu outro caminho”.
O comitê funcionará em três andares de um edifício de nome sugestivo: Vitória. Coisa casual, segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Dutra serviu-se da casualidade: “Não sei se vocês repararam, mas há alguns sinais, coisas que não estavam previstas, então, vocês repararam o nome do edifício...”
“É vitoria. No dia 3 de outubro, é isso que vai acontecer: é a vitória de Dilma".
Michel Temer deu asas à pretensão. Disse que ele e Dilma terão de “se acostumar com a vitória”.
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