quinta-feira, 1 de julho de 2010

Osmar Dias define candidatura ao governo e discute vice

Depois de assessores e membros do PDT confirmarem, na noite de terça-feira, que o senador Osmar Dias finalmente havia decidido disputar o governo do Paraná, o anúncio oficial ainda não foi dado ontem.

A indefinição de Osmar vinha se estendendo por vários meses e ficou mais forte desde sexta-feira, quando o nome de seu irmão, senador Alvaro Dias (PSDB), passou a ser cotado para vice na chapa presidencial de José Serra (PSDB).

Como candidato no Paraná, Osmar será um dos principais defensores da candidatura de Dilma Rousseff no Estado, onde se coligará com PT e PMDB. Caso não fechasse a aliança e Osmar decidisse disputar a reeleição, além de Dilma ficar com palanque bastante enfraquecido na busca dos votos de cerca de 7,5 milhões de eleitores do Estado, a campanha tucana poderia ganhar um aliado, o próprio senador, que tem relações de amizade com Serra.

Por isso, a vinda do presidente licenciado do PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi fundamental para a decisão. Uma conversa de cerca de quatro horas, na noite de terça-feira, pôs fim às dúvidas.

O senador teria recebido garantias de que será o candidato com mais apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "É um dos dias mais importantes (da campanha de Dilma)", teria dito Luppi.

A discussão na tarde de ontem, a portas fechadas, era em torno do vice que será apresentado pelo PMDB. Segundo as informações, o próprio Osmar Dias, que passou o dia com o telefone celular desligado, queria ter o privilégio de escolher o vice a partir de lista a ser apresentada pelos peemedebistas.

Afinal, uma das razões que ele mesmo apontou para perder a última eleição para Roberto Requião (PMDB) foi a má escolha para esse cargo. O indicado, ex-prefeito de Toledo, Derli Donin, respondia a vários processos, e Dias alegou ter sabido somente quando a campanha já estava em andamento.

O deputado federal Wilson Picler viajou de Brasília juntamente com Lupi e participou das reuniões. Segundo ele, pesou muito na decisão do senador a presença de prefeitos de algumas das maiores cidades do Estado como Londrina, Foz do Iguaçu e Cascavel. "Ele precisava sentir a força dos companheiros", ressaltou.

Lula
Coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a articulação final que desmontou a tentativa de aliança entre o candidato tucano José Serra e o senador Osmar Dias, do PDT do Paraná, tornando-o candidato ao governo do Estado, numa coligação que envolve também o PT e o PMDB.

Lula aproveitou a ríspida reação do DEM à escolha de Alvaro Dias (PSDB) - irmão de Osmar - para o cargo de vice de Serra como forma de fortalecer os argumentos que acabariam por demover o pedetista de ficar ao lado dos tucanos. Por telefone, o presidente lembrou ontem a Osmar que há um ano e meio a coligação com os petistas vinha sendo costurada. Por essa causa, Lula cancelou a viagem que faria a Pernambuco na terça, preferindo ficar em Brasília.

No início da tarde de segunda-feira, quando o presidente percebeu que a reação do DEM à escolha de Alvaro era cada vez mais forte, ele despachou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para o Paraná.

O Diário

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