sexta-feira, 9 de julho de 2010

Região de Maringá responde por 40% dos incêndios ambientais do Paraná


Maringá e os demais municípios do Noroeste responderam, no primeiro semestre deste ano, por 41% dos incêndios ambientais ocorridos no Paraná. A região concentrou 1.518 dos 3.679 casos registrados pelo Corpo de Bombeiros no estado. De acordo com o tenente Henrique de Sá , do5º Grupamento de Maringá, o alto volume de atendimento se deve principalmente à falta de chuvas e à imprudência da população.

“Muitos ainda fazem a limpeza de terrenos ou renovam as pastagens por meio de queimadas. Com o tempo seco, o fogo fica descontrolado, oferecendo riscos e danos às pessoas. Além disso, a prática é crime ambiental. Quem for flagrado pode ser preso e responder processo”, explicou.

Somente na cidade de Maringá, foram registrados 215 incêndios ambientais no primeiro semestre, 53 a mais do que no mesmo período do ano passado. Houve, em média, 35 incêndios por mês, ocorridos principalmente em terrenos baldios. Em junho, foram 51 casos, 31 a mais que no mesmo período de 2009.

Esse aumento nas queimadas coincidiu com a redução das chuvas na cidade e com a conseqüente baixa umidade relativa do ar. Dados da Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá (UEM)apontam que, em todo o mês passado, choveu apenas 22,3 mm. Trata-se do mês junho mais seco desde 2007, quando os índices de precipitação foram de 7,8 mm. Já no ano passado, em junho, o índice foi de 111,5 mm.

“Esta variação das precipitações é algo considerado normal. Agora, nós estamos em um período muito seco, influenciado principalmente por uma massa de ar quente e seca que está bloqueando a chegada de frentes frias na nossa região”, explica a coordenadora da Estação Climatológica,Leonor da Silveira.

Preocupação nas estradas

O surgimento de vários focos de incêndio também tem causado preocupação para a Viapar, concessionária que administra mais de 500 quilômetros de rodovias na região Noroeste do Estado. Segundo a assessoria de comunicação da empresa, o número de atendimentos saltou de 27 para 93 entre maio e junho. “Ainda não foi registrado nenhum acidente grave em 2010, mas, no ano passado, houve dois, com vítimas”, informou nota encaminhada para a imprensa.

Os incêndios se concentram nas faixas de domínio da BR-376 entre Maringá e Paranavaí, onde há mais pastagens. Além das “limpezas”, o gerente de Operações da Viapar, engenheiro Luciano Mendes, afirma que uma das principais causas dos incêndios são as bitucas de cigarros, em especial as atiradas pela janela dos veículos, o que revela a falta de consciência de condutores e passageiros.

“Com a vegetação seca, um incêndio pode começar rapidamente, queimando matas, gerando risco às propriedades rurais e ao tráfego. O melhor a fazer é não atirar bitucas e lixo pela janela", afirmou ao site da Viapar. Ele explica que o papel alumínio de maços de cigarro e recipientes de marmitex, quando expostos muito tempo ao sol, também podem ser agentes causadores de focos.

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