segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sete em cada dez pais aprovam a palmada

Pais curitibanos são contrários ao projeto de lei que proíbe familiares e cuidadores de darem palmadas em crianças e adolescentes. Levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, com exclusividade para a Gazeta do Povo, mostra que 66% dos entrevistados não concordam com a iniciativa. Nove em cada dez pessoas ouvidas disseram já ter apanhado e 70% admitem replicar isso nos filhos. E mais: somente 40% se arrependem. O projeto de lei, apresentado pelo governo federal na semana passada, levantou uma polêmica sobre a forma mais correta de educar crianças. Afinal, a “palmada pedagógica” é mesmo prejudicial?
Apesar de boa parte da população rejeitar a proposta, especialistas ouvidos pela reportagem são veementes em afirmar que o castigo físico não educa. O que ele faz é impor medo aos filhos, mas não os faz entender porque determinado tipo de comportamento é inadequado. Além disso, ensina que a melhor forma de resolver conflitos é a violência. Pesquisas científicas comprovam que crianças que sofreram esse tipo de maus-tratos têm o desenvolvimento comprometido e carregam traumas na vida adulta. O grande problema nessa discussão são as alternativas para a educação dos filhos. Para especialistas, os progenitores acabam tomando o caminho das “palmadas pedagógicas” porque é mais fácil. Não raro, o castigo físico acontece quando eles estão cansados e estressados. Não conseguem educar os filhos e acabam culpando-os pela falha.
Outro ponto debatido é que a palmada frequentemente evolui para o castigo violento. Uma única palmadinha na mão sem violência não causa traumas, mas como não há diálogo, as chances de a criança repetir o comportamento são grandes. E aí os pais usam o castigo físico de forma cada vez mais recorrente e agressiva, como se fosse a única maneira de educar. 

Nenhum comentário: