A cada 72 horas, a Polícia Federal em Maringá libera a aquisição de uma arma de fogo por um civil. Do início do ano até a tarde de ontem, a Delegacia da PF na cidade havia concedido autorização para a compra de 84 armas por civis, a maioria pistolas.O armamento da população segue a mesma média do ano passado, quando foram concedidas 125 autorizações. "Infelizmente, essa é uma realidade que continua acontecendo. Essas pessoas estão sujeitas a perder a arma ou a vida para os bandidos, porque não estão preparadas para se defender", diz Milton Ricci Tassarini, vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Maringá (Conseg).Tassarini guarda em casa um revólver calibre 22, que ganhou há 20 anos. "Nunca usei, deve estar até enferrujado", ressalva. "A compra de armas, do jeito que está acontecendo, é perniciosa para a sociedade", diz.Dados da Polícia Militar referentes ao primeiro quadrimestre de 2010 apontam que o número de armas apreendidas cresceu 20% em relação ao ano passado. Entre janeiro e abril deste ano, a PM apreendeu 92 armas que estavam com suspeitos de crimes ante 77 apreensões em igual período do ano passado.O Estado é um dos que mais tem procura por armas legalizadas no País. Em 2009, foram registradas 2.587 armas no Paraná, número superior ao do Estado de São Paulo, com 1.916 registros em igual período. No ano passado, o Paraná só perdeu em registros de armas para o Distrito Federal, 2.733, e Santa Catarina, 3.414.Na única loja de Maringá que vende armas de fogo, na Avenida São Paulo, trabalha sem estoque ou mostruário. A escolha é feita por catálogo. "São mais os comerciantes que vêm atrás", diz a dona da loja, que pediu anonimato.O delegado adjunto da 9ª Subdivisão Policial, Nilson Rodrigues da Silva, avalia que é um perigo um cidadão comum ter uma arma em casa ou no comércio. "A arma só é segura se o cidadão for preparado. Caso contrário é mais uma arma que pode parar nas mãos dos banidos", diz.
O Diario
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