domingo, 28 de novembro de 2010

Estádio Willie Davids vira boca de fumo


Depressiva, mulher flagrada pela reportagem aguarda por alguém para dividir uma pedra de crack

Situado numa das áreas mais valorizadas de Maringá, o Estádio Willie Davids transformou-se num dos principais pontos de venda e uso drogas da cidade. Todos os dias, homens e mulheres, incluindo adolescentes, se reúnem no alto do gramado que circunda a área externa do estádio para consumir entorpecentes.

Além de servir de moradia, o local também é usado como sanitário e depósito de lixo. Atraídos pelo mau cheiro, ratos e insetos de todas as espécies se proliferam com facilidade.
A escolha do local não é por menos. Do alto do gramado, a visão é privilegiada. Em alguns pontos, as próprias torres de iluminação são usadas como pontos de vigilância. Uma extensa valeta construída no lado leste, rente ao muro de concreto, é a área preferida dos viciados.
Agachados dentro da valeta, de 50 centímetros de altura por um metro de largura, eles consomem as drogas longe dos olhares de quem mora em prédios próximos e de motoristas e pedestres que passam pela Avenida Herval.
A reportagem de O Diário percorreu toda a área externa do estádio na tarde de quinta-feira passada e ficou surpresa com a quantidade de lixo acumulado dentro da valeta, além de restos de comida, fezes e cacos de vidro.
Apesar do horário e da temperatura elevada, oito rapazes fumavam crack e maconha em pontos variados. Dois deles estavam dentro de um fosso de concreto, ao pé de uma das torres de iluminação, cercados de fezes e urina.

Apesar do risco de choque, o portão de acesso à torre estava aberto. Assim que os rapazes deixaram o local, um homem entrou no fosso para fazer suas necessidades fisiológicas.
Encostada no muro voltado para a Avenida Lauro Werneck, uma mulher suja e maltrapilha chorava silenciosamente. Ex-zeladora de uma empresa que prestava serviços de faxina para a Polícia Civil, ela contou que estava deprimida pela falta de crack e que aguardava algum viciado que aceitasse dividir uma pedra ou ao menos uma tragada com ela.
"Não aguento mais essa vida. Essa droga está me quebrando aos poucos. Todos os dias tenho vontade de morrer", desabafou ela, aos prantos.O Diario

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