Uma professora aposentada de 91 anos, que teria sido agredida em uma clínica de repouso em Porto Alegre (RS), morreu na quarta-feira (24) no Hospital da Cruz Vermelha em Curitiba, após ficar internada por mais de um mês. Joanna do Carmo Machado da Cunha teria relatado a parentes que foi espancada e amarrada em uma cama.
Cerca de um mês atrás, seu neto Ricardo registrou um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher, na capital paranaense. O neto relata que teria internado a avó na clínica, em 2 de setembro, para ir a Curitiba procurar uma casa para os dois morarem juntos. A idosa estava lúcida, caminhava e falava normalmente.
Ao retornar à capital gaúcha, Ricardo teria ficado surpreso ao se deparar com a avó machucada. "Ela tinha ferimentos no rosto e no peito e bandagens nos braços, porque foi amarrada na cama". Joanna, bastante debilitada, foi levada à capital paranaense.
"Meu erro foi não ter levado minha avó para fazer exame de corpo de delito lá mesmo (em Porto Alegre). Quando foram fazer o exame (em Curitiba), dias depois, os hematomas já haviam sumido. Ela só tinha as lesões cerebrais. Minha avó teve convulsões e até um AVC leve. Chegou desnutrida e desidratada", afirma.
"Nos primeiros dias, ela gritava muito, assustada, depois 'desconectou geral'". Segundo o neto, o laudo médico do hospital teria constatado lesões nos órgãos genitais da idosa.
Socos e chutes
Mesmo em estado de choque, Joanna teria conseguido revelar que levou socos e chutes. A funcionária da clínica também teria batido a cabeça dela contra uma parede, antes de imobilizá-la.
Ricardo afirma que já havia deixado a avó na clínica e, como não houve problema, voltou a interná-la no mesmo local. "Ligava para ela quase todos os dias e me diziam que ela estava bem. Internei para matarem minha avó", disse.
Joanna era fonoaudióloga e professora de artes cênicas. Apesar da idade, era bastante ativa. "Ela era tudo para mim, morei com ela por 19 anos. Estava prestes a editar seu livro de poesias. Já não tenho mãe, agora perdi minha vó desse jeito", lamentou. O neto levou o caso à Promotoria dos Direitos do Idoso, do Ministério Público, que espera o laudo de necropsia da senhora. O Diario
Nenhum comentário:
Postar um comentário