quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Greve dos vigilantes fecha 58 agências bancárias em Maringá

A greve dos vigilantes fechou, nesta terça-feira (1º), 52 agências bancárias em Maringá. Conforme informações do sindicato da categoria, nesta quarta-feira (2) aumentou o número de adesões e 58 estabelecimentos, dos 64 existentes na cidade, não atenderão clientes. A greve foi deflagrada na noite desta segunda-feira (31) em todo o Paraná. A lei federal 7.102 não permite a abertura de bancos sem a presença de no mínimo dois vigilantes.

"O movimento está forte e estamos conseguindo a adesão de quase todos os vigilantes dos bancos. Queremos fechar todas as agências até o fim da tarde", afirma José Maria da Silva, presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância de Maringá e Região (Sindev).

Região
O Sindev Maringá é responsável por 1.200 vigilantes de 68 municípios de toda a região. Segundo o presidente, as principais agências das cidades vizinhas também estão aderindo à greve.
"Fui informado que grande parte dos trabalhadores de agências de Campo Mourão, Paiçandu, Marialva e Cianorte, cidades onde estávamos com mais dificuldade de adesão, concordaram em cruzar os braços hoje", afirma Silva
O presidente da Federação dos Vigilantes do Paraná, João Soares, estima que 60%, dos aproximadamente 18 mil trabalhadores, de todo o estado, aderiram à greve.
Atendimento nos bancos
Está suspenso nos bancos apenas o atendimento ao público. Os caixas eletrônicos funcionam normalmente.
Negociação
O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp) recusou a proposta intermediada pelo Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) e dificultou as negociações para suspender a greve dos vigilantes iniciada nesta terça-feira (1º).
O MPT-PR deve tentar uma nova intermediação entre os representantes dos sindicatos em uma audiência incialmente marcada para a tarde desta quarta-feira (2), a partir das 13 horas.
Reivindicação
A assembleia que decidiu pela greve, na noite desta segunda-feira, em Maringá, reuniu cerca de 110 vigilantes de toda a região. A categoria, cuja o piso salarial é de R$ 996, reivindica a reposição da inflação (6,53%), um ganho real no salário de 5% e acréscimo de 3% no adicional de periculosidade. Os vigilantes querem ainda um aumento do vale alimentação de R$ 12 para R$ 15.
No início das negociações o Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado do Paraná (Sindesp-PR) ofereceu a reposição da inflação e um acréscimo de R$ 7 no risco de periculosidade. Na contraproposta apresentada nesta segunda-feira foi incluído um reajuste de R$ 0,90 do vale alimentação.
Febraban repudia greve
Em nota oficial, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban ) afirma que continua a exigir das prestadoras de serviços a colocação de funcionários nas agências bancárias a fim de garantir o atendimento ao público.
"A FEBRABAN salienta que o sindicato dos vigilantes vem, nos últimos anos, banalizando o uso da greve, lançando mão desse instrumento sistematicamente para alcançar seus objetivos. É lamentável que a sociedade fique refém dessa estratégia que prejudica o atendimento ao público.
A FEBRABAN ressalta ainda que, estando a agência fora de funcionamento, as áreas de auto-atendimento e caixas automáticos permanecem disponíveis para a realização de operações bancárias, bem como os canais alternativos pela internet, centrais de atendimento e correspondentes não bancários".
Sindicato dos Bancários atento à segurança da categoria
Os diretores do Sindicato dos Bancários de Maringá e Região acompanham a greve dos vigilantes. De acordo com nota divulgada pelo sindicato, a preocupação é com a tentativa de abertura de algumas agências bancárias, colocando em risco os clientes e os bancários.
"Estamos atentos. Sabemos que é muito arriscado - e também ilegal - a abertura dos bancos sem a presença dos vigias. Por isso, estamos atentos. Caso alguma agência abra, vamos denunciar na Polícia Federal", afirma o presidente do sindicato, Claudecir de Souza.
No primeiro dia de greve, na terça-feira (1º), o sindicato constatou que havia agências que insistiam no funcionamento, mantendo apenas funcionários de prontidão. "Este ato foi denunciado. Os trabalhadores podem estar cientes que estamos atentos. A segurança das pessoas está acima de tudo."
Além disso, ainda na nota, o sindicato se solidarizou ao movimento grevista. "É um direitos dos trabalhadores a mobilização. Os patrões precisam reconhecer que os vencimentos da categoria estão aquém da função que exercem, é um trabalho de alto risco, merece um reajuste digno."
O Diario

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