terça-feira, 5 de julho de 2011

Maringá tem o etanol mais caro do Estado

Os preços do etanol e da gasolina, em Maringá, permanecem no topo da lista da pesquisa feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Paraná. No caso do derivado do petróleo, em média, o maringaense paga 7% a mais do que o motorista de Curitiba. Para o biocombustível, quem abastece na Cidade Canção desembolsa 10% a mais do que na capital.
Apesar da retração dos preços do etanol, que em maio se aproximaram dos da gasolina, os valores cobrados continuam sendo considerados altos pelos motoristas. O engenheiro Edvaldo Duarte, que tem um carro bicombustível e consome em média trinta litros por semana, conta que voltou a usar o álcool depois que os preços se estabilizaram, mas acha que o combustível ainda está caro.
"Nós produzimos álcool no quintal de casa, não há justificativa para os preços daqui serem superiores aos de Curitiba", reclama. Ideia semelhante tem a dona de casa Sidnéia Gonçalves, que também dirige um modelo flex.
"Não entendo essa matemática. Se a diferença de preços fosse transporte, nós deveríamos pagar menos que os curitibanos. Ou esse álcool é levado para passear lá, para depois ser vendidos aqui?", questiona.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis), Roberto Fregonese, explica que a culpa das diferenças de preços está na logística das distribuidoras.

Rafael Silva
De acordo com o Sindicombustíveis, o etanol custa hoje R$ 0,45 a mais do que no mesmo período de 2010
"O produto não pode ser vendido diretamente pelas usinas e é centralizado em bases. Quanto mais distante dessas bases, mas caro. O álcool distribuído em uma cidade a cem quilômetros de uma base vai custar mais caro, mesmo que seja vendido ao lado de uma usina produtora", ilustra.
Fregonese diz que também não acha justa a fórmula, mas justificou que nada pode ser feito, lembrando que o preço do etanol custa hoje R$ 0,45 mais que no mesmo período do ano passado.
Segundo o presidente do sindicato, apesar dos preços estarem altos, não há perspectivas de redução. "Nós próximos três anos não temos essa expectativa. Pelo contrário, a tendência é de alta. A Petrobras está desde janeiro pedindo autorização ao governo para aumentar a gasolina em pelo menos 10% e o álcool enfrenta a concorrência do açúcar, que hoje está com preço 47% melhor, por isso as usinas preferem produzir açúcar", destaca.
Além disso, ressalta Fregonese, falta investimento no setor produtivo. "Não houve aumento de plantio, renovação de canaviais, nem investimentos em novas usinas, que custam caro. Hoje produzimos metade do álcool necessário para abastecer a frota e as montadoras continuam fabricando carros bicombustíveis. Por isso, infelizmente, as perspectivas para os próximos anos não são nada boas", acrescenta.

Pesquisa





 
Edmundo Pacheco

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