A morte do mecânico Luiz Antônio Mendes, 49 anos, neste domingo em uma casa em construção no Residencial São José, fechou em quarenta o número de homicídios em Sarandi nos primeiros dez meses do ano, quatro a mais do que o ano passado inteiro. A polícia não tem dúvida de que este recorde é culpa do aumento de pessoas envolvidas com as drogas, sobretudo o crack.
De acordo com a pesquisa de vitimização que o Ministério da Justiça realiza nas cidades brasileiras, comparando o número de ocorrências para cada 100 mil habitantes, há quatro anos Sarandi detém a maior taxa de homicídios da região e uma das mais elevadas do Paraná. Maringá tem 357 mil habitantes e registrou de janeiro até ontem 36 mortes por armas, quatro menos do que Sarandi, com 82 mil habitantes.
O delegado José Maurício de Lima vê duas características nos crimes de morte em Sarandi: pelo menos três em cada quatro assassinatos tem algum tipo de envolvimento com as drogas e quase a metade foi praticada por menores de 18 anos - ou pelo menos foram menores que assumiram o delito.
"Os menores assumem o crime porque para eles a pena é mais branda", explica, lembrando que muitas mortes são resultado de brigas de grupos, geralmente envolvidos com drogas. O delegado completa que, além de praticar os crimes, os adolescentes são as principais vítimas.
O superintendente da Polícia Civil, investigador Carlos de Oliveira, diz que o elevado número de homicídios não é resultado de ação do crime organizado.
O comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar, capitão Luciano Mazeto concorda. Ao contrário, trata-se de disputa por pontos de droga, briga de facções ou cobrança de dívida.
Os policiais apontam que a maioria das mortes não ocorre em bares ou durante brigas, mas em execuções, geralmente praticadas por motociclistas, característica da cobrança por drogas não pagas e disputa entre grupos.
"Com a chegada do crack, o número de usuários e repassadores aumentou em todo o País e como Sarandi já se apresentava vulnerável a situação está saindo do controle", analisa o presidente do Conselho Municipal de Segurança (Conseg), Nelson Bazotti.
"Sabemos que para a polícia é praticamente impossível evitar um homicídio que acontece por desentendimento entre grupos rivais e não tem uma área específica, por isso, o Conseg defende que primeiramente temos que combater é a entrada da droga, mas temos consciência que isto também é complicado, pois sabemos que a droga entra na cidade em pequenas quantidades e a maioria dos envolvidos é formada por menores", destaca.
A coordenadora do Observatório das Metrópoles, Núcleo Maringá, socióloga Ana Lúcia Rodrigues, publicou em O Diário um artigo onde analisa que a taxa mais elevada dos homicídios em Sarandi se explica pela precariedade da urbanização, resultado da omissão do poder público.
"O combate à violência não pode ser restrito à alçada da segurança pública, mas deve ser realizado em todos os níveis de poder por meio de ações conjuntas, agregando políticas urbanas de assistência social, educação, trabalho e renda, esportes e lazer, trânsito e saneamento", ressaltou.
Luiz de Carvalho
De acordo com a pesquisa de vitimização que o Ministério da Justiça realiza nas cidades brasileiras, comparando o número de ocorrências para cada 100 mil habitantes, há quatro anos Sarandi detém a maior taxa de homicídios da região e uma das mais elevadas do Paraná. Maringá tem 357 mil habitantes e registrou de janeiro até ontem 36 mortes por armas, quatro menos do que Sarandi, com 82 mil habitantes.
O delegado José Maurício de Lima vê duas características nos crimes de morte em Sarandi: pelo menos três em cada quatro assassinatos tem algum tipo de envolvimento com as drogas e quase a metade foi praticada por menores de 18 anos - ou pelo menos foram menores que assumiram o delito.
"Os menores assumem o crime porque para eles a pena é mais branda", explica, lembrando que muitas mortes são resultado de brigas de grupos, geralmente envolvidos com drogas. O delegado completa que, além de praticar os crimes, os adolescentes são as principais vítimas.
O superintendente da Polícia Civil, investigador Carlos de Oliveira, diz que o elevado número de homicídios não é resultado de ação do crime organizado.
O comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar, capitão Luciano Mazeto concorda. Ao contrário, trata-se de disputa por pontos de droga, briga de facções ou cobrança de dívida.
Os policiais apontam que a maioria das mortes não ocorre em bares ou durante brigas, mas em execuções, geralmente praticadas por motociclistas, característica da cobrança por drogas não pagas e disputa entre grupos.
"Com a chegada do crack, o número de usuários e repassadores aumentou em todo o País e como Sarandi já se apresentava vulnerável a situação está saindo do controle", analisa o presidente do Conselho Municipal de Segurança (Conseg), Nelson Bazotti.
"Sabemos que para a polícia é praticamente impossível evitar um homicídio que acontece por desentendimento entre grupos rivais e não tem uma área específica, por isso, o Conseg defende que primeiramente temos que combater é a entrada da droga, mas temos consciência que isto também é complicado, pois sabemos que a droga entra na cidade em pequenas quantidades e a maioria dos envolvidos é formada por menores", destaca.
A coordenadora do Observatório das Metrópoles, Núcleo Maringá, socióloga Ana Lúcia Rodrigues, publicou em O Diário um artigo onde analisa que a taxa mais elevada dos homicídios em Sarandi se explica pela precariedade da urbanização, resultado da omissão do poder público.
"O combate à violência não pode ser restrito à alçada da segurança pública, mas deve ser realizado em todos os níveis de poder por meio de ações conjuntas, agregando políticas urbanas de assistência social, educação, trabalho e renda, esportes e lazer, trânsito e saneamento", ressaltou.
Luiz de Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário