domingo, 22 de agosto de 2010

Calçadas deixam pedestres e cadeirantes em risco

Saia de casa a pé e responda à pergunta: em Maringá é possível caminhar todo o tempo em calçadas sem precisar usar a rua? Então, agora veja se estão limpas e livres de buracos ou desníveis. Sim? A conclusão é uma só: você é um privilegiado. A reportagem de O Diário percorreu alguns pontos nos bairros e Centro da cidade e constatou uma triste realidade: o pedestre maringaense corre o risco de levar um tombo, encarar o trânsito por falta de calçada ou precisar desviar de entulhos.

Primeira parada: Avenida Carlos Borges, Jardim Guaporé. Os pedestres se arriscam para usar trechos sem calçada e com fluxo intenso de veículos. A doméstica Maria de Fátima do Nascimento Oliveira, 39 anos, que passa pela via de bicicleta e a pé diariamente, considera o local perigoso. "Nunca vi acidente com
morte, mas muita gente já foi atropelada por não ter calçada nesse ponto", comenta.
Também na Carlos Borges, a doméstica Roseli Belardi, 33, ou ia para o meio da rua, ou entrava em um matagal. "É preciso redobrar o cuidado", reclama.
Segunda parada: Avenida Mandacaru, próximo ao Hospital Universitário. O risco é altíssimo em alguns trechos. Devido à ausência de calçada e ao fluxo intenso de veículos, uma pedestre com duas crianças pequenas precisou de quase dez minutos para atravessar a via e, em seguida, entrar por um mato para cortar caminho, já que não tinha chances de se locomover pela avenida sem arriscar a vida dela e dos menores.
Outra pedestre percorreu um longo trecho da Mandacaru, no final do dia, sem contar com passeio público. Disputava espaço com os veículos.

Lei
Para solucionar o problema está sendo criado um projeto de lei municipal, que o secretário de Controle Urbano e Obras Públicas, Walter José Progiante, considera radical, mas necessário.
"Até o início de setembro, a Seurb conclui o texto da nova legislação, que prevê a reforma ou a construção de uma calçada pela prefeitura, mas com cobrança do custo e de uma taxa ao proprietário do imóvel. É dele a responsabilidade", explica.
Segundo Progiante, não adianta notificar e aplicar multa de R$ 400, como é feito hoje. "Eles pedem prazo e, mesmo sabendo que precisam adequar o passeio público, não fazem. Agora nós vamos fazer, mas o custo vai redobrar para o dono da calçada, com certeza."
O Diario

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