O quinto dia de ataques criminosos no Estado do Rio de Janeiro inicia com um balanço geral de 27 mortos e 45 veículos incendiados, nove deles apenas entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.
Das 19 mortes registradas somente nesta quarta-feira, quatro ocorreram durante ação do Bope na Vila Cruzeiro (zona norte do Rio), considerada o principal reduto de traficantes na cidade. Entre essas vítimas está Rosângela Barbosa Alves, 14, morta por um tiro nas costas durante a incursão da tropa de elite da PM.
O hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu vários moradores feridos, como Valdete Carvalho, 33, que levou um tiro na barriga.
O tiroteio deixou presas em uma escola da favela duas diretoras e sete alunos --os pais não conseguiam subir para buscar as crianças. Só após as 18h os responsáveis chegaram até o local e todos saíram.
Nas 13 operações realizadas na quarta, que abrangeram 28 favelas, 15 pessoas morreram no confronto com a polícia.
Ataques a veículos
Os ataques de criminosos a veículos se intensificaram na noite de quarta e madrugada de quinta-feira. Dois carros queimados no início da madrugada de hoje elevaram para 45 o número de automóveis incendiados desde o domingo (21).
Um deles foi incendiado na rua Farani, em Botafogo (zona sul), onde três suspeitos foram detidos e levados para averiguação no 5º Distrito Policial (Centro). O outro automóvel foi queimado na avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca (zona oeste).
No fim da noite de quarta, por volta das 23h40, criminosos balearam o motorista de um ônibus e atearam fogo no veículo que passava pela avenida Brasil, na altura de Cordovil, zona norte do Rio. O homem foi levado para o hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ninguém foi preso.
Em Mesquita, na Baixada Fluminense, outro ônibus foi incendiado na avenida Presidente Costa e Silva, no bairro de Edson Passos.
Por volta das 2h desta quinta-feira outro grupo de bandidos tentou parar mais um ônibus para incendiá-lo na avenida Brasil, na altura do Complexo da Maré (zona norte). Policiais Militares flagraram a ação e conseguiram evitar o novo ataque. Houve troca de tiros e os criminosos conseguiram fugir. Não há informação de feridos.
No Fonseca, em Niterói (Região Metropolitana), os bandidos queimaram um modelo Citroen. Ninguém se feriu. Bombeiros controlaram as chamas.
Na zona norte do Rio, bandidos atearam fogo a uma van na avenida Martin Luther King, próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho. O local é perto da cabine da PM atacada na segunda-feira (24).
Na avenida Dom Hélder Câmara, um caminhão foi incendiado na altura do número 1.790, em frente à favela do Jacarezinho. Os bombeiros só conseguiram chegar ao local para apagar as chamas depois que cessou um tiroteio que ocorria, na mesma hora, entre traficantes e policiais militares.
Perto dali, no Sampaio, um Honda Civic foi incendiado na saída do túnel Noel Rosa, que liga o bairro à Vila Isabel. Segundo a PM, os bandidos emparelharam, mandaram que os ocupantes do carro descessem e depois atearam fogo.
De acordo com a polícia, os bandidos do Jacarezinho tentaram fechar o viaduto que liga o túnel Noel Rosa ao Jacaré. Na maior parte da zona norte e da Baixada Fluminense, muitas lojas fecharam as portas mais cedo com medo de ataques de bandidos.
Na Tijuca, um Corsa prateado foi queimado na rua Félix da Cunha, embaixo do morro da Chacrinha. Segundo testemunhas, o veículo foi incendiado por cerca de dez menores que saíram do morro, quebraram a janela do motorista, jogaram gasolina e atearam fogo no carro, que estava vazio. O dono do automóvel, um professor de caratê, dava aula em uma academia e foi avisado, mas quando chegou já o encontrou em chamas.
Também na Tijuca, policiais prenderam Hugo Leonardo de Souza Oliveira, 23, que havia tentado atear fogo em um Fox preto, no Largo da Segunda-Feira.
Em um caso durante a tarde, uma van que transportava 14 pessoas foi incendiada por dois homens antes que os passageiros deixassem o veículo. Quatro pessoas tiveram queimaduras leves.
Em outro, um ônibus incendiado em Vicente de Carvalho (zona Norte), foi achado um bilhete: "Se continuarem as UPPs, não vai ter Copa e nem Olimpíada". UOL
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