Delegado instala grades de aço na terra para evitar fugas

Para evitar novas fugas através de túneis, o delegado Edson Rosa, da delegacia de Goioerê, na Região Centro-Oeste do estado, resolveu instalar grades de aço até no pátio. O local normalmente desembocava os túneis cavados pelos detentos. As grades de aço, com cerca de 30 metros de comprimento e ferro com espessura de 10 milímetros, começaram a ser colocadas entre a parede da carceragem e o muro do Ciretran, no início da semana, depois que o próprio delegado flagrou quatro presos escavando um túnel para fuga.
Os detentos usavam uma broca adaptada para reabrir um túnel que já havia sido fechado pela polícia. “Enquanto eles ficam arquitetando planos de fuga, nós pensamos em ações para atrapalhar e dificultar ao máximo. A estrutura de aço vai impedir novas ‘saídas’ por túneis”, disse Rosa. Somente o ano passado, 15 presos escaparam da carceragem depois de abrir túneis que tinham saídas no pátio da delegacia. “É uma medida preventiva, que deve custar cerca de R$ 5 mil aos cofres públicos”, comentou o delegado. Construída há 29 anos, a delegacia enfrenta problemas com a fragilidade das paredes e com infiltrações no solo. “A estrutura é antiga e constantemente tem de passar por reformas”.
O delegado lembra que, no local onde estão sendo instaladas as grades, já foram feitas outras obras. “No ano passado foram colocadas toneladas de pedras lascão, concreto e ferro armado, mesmo assim os presos conseguiram escapar. Eles escavaram um túnel, com cerca de dois metros de profundidade que passou por debaixo de toda a estrutura de concreto”, contou Rosa, que pretende nos próximos meses reforçar a estrutura da delegacia. “Todo o piso do prédio será trocado, as paredes reforçadas, a parte hidráulica será reformada e os vasos sanitários substituídos, nos padrões das cadeias modernas”, diz. O delegado acredita que a obra deverá custar cerca de R$ 50 mil. “O processo da obra já está com o governo do estado”.
Com capacidade para 32 detentos, a delegacia de Goioerê abriga 25 presos condenados e outros sete que aguardam julgamentos.Gazeta do Povo