Os 140 casebres que formam o Jardim Social de Sarandi, próximo ao centro e ao lado de bairros de razoável padrão, estão com as horas contadas. Nesta segunda-feira, ao clarear do dia, cerca de 40 caminhões invadirão as duas ruas do conjunto para retirar todas as famílias e possivelmente ainda no mesmo dia os barracos serão demolidos para que não sejam invadidos.
A decisão de demolir imediatamente os barracos foi anunciada há duas semanas pelo prefeito Carlos Alberto de Paula Júnior (PDT), que anunciou para o local a construção do quartel da Companhia da Polícia Militar e do Hospital Municipal. Segundo ele, Sarandi tem histórico de invasões e há o risco de as casas serem reocupadas se permanecerem muitos dias vazias.
As famílias que moram no conjunto conhecido como Mutirão foram contempladas com casas no Conjunto Mauá, que será inaugurado nesta segunda-feira com asfalto, rede de galerias de águas pluviais, áreas de lazer, Academia da Terceira Idade, casas com dois quartos, sala, cozinha e banheiro, todas em alvenaria.
"Não vejo a hora de trocar o Mutirão pela casa nova", diz Sueli Pereira da Silva, cuja família foi a primeira a chegar ao Mutirão, 30 anos atrás. "Agora queremos ser os primeiros a sair", diz, lembrando que já neste domingo as mudanças dela, dos três irmãos e da mãe – todos ainda moram no Mutirão – já estão no caminhão do irmão Antonio para chegar às casas novas ao raiar do sol da segunda-feira.
Segundo a diretora de Habitação do município, Sara Regina de Godoi, a prefeitura ajudará todas as famílias do Mutirão a irem para as casas novas. "A prefeitura terá cerca de 40 caminhões para transportar as mudanças e funcionários de todas as secretarias vão ajudar os moradores". Também será oferecido almoço, no Conjunto Mauá, para todas as famílias e trabalhadores.Luiz de Carvalho
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