Jair trocava de CPF várias vezes: "É fácil. Você pega quantos quiser"
Com prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Criminal de Maringá, o desempregado Jair Carminatti Zagui Júnior, 25, foi preso na tarde de ontem por uma equipe da Delegacia de Estelionato. Segundo a polícia, ele é acusado de lesar mais de 160 lojas na cidade e usar cheques frios para comprar veículos financiados, posteriormente revendidos para terceiros. O prejuízo causado por ele não foi calculado.As investigações revelaram que Jair burlava o cadastro do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) trocando o CPF repetidas vezes. "É fácil. Se duvidar, vá lá (na Receita Federal) e faça o teste. Você pega quantos CPFs quiser", disse ele a O Diário.
Iniciadas há cerca de dois meses, as investigações revelaram que Jair desenvolveu um método próprio para comprar veículos. Ele vasculhava classificados em busca de anúncios de venda de carros e motos financiados, e tinha predileção por pessoas que não estavam conseguindo pagar as prestações, o que acelerava e facilitava o fechamento do negócio.
Na pressa em se desfazer da dívida contraída, a pessoa aceitava repassar os direitos dos veículos por valores módicos, que variavam entre R$ 3 e R$ 10 mil, mas recebiam cheques clonados, roubados, furtados, extraviados ou adulterados.
Além de não transferir a dívida para seu nome, Jair revendia rapidamente os veículos para terceiros, cujos nomes ainda são desconhecidos da polícia.
Em geral, os golpes só eram descobertos depois de a vítima ser informada da devolução do cheque. Pelo menos sete pessoas teriam sido lesadas nos últimos meses, mas apenas dois veículos foram recuperados.
Ainda de acordo com a polícia, pouco antes de ser preso Jair negociava a aquisição um Clio ano 2010/11 e uma picape Montana ano 2010. Seu plano era levantar dinheiro e mudar, possivelmente na próxima semana, para Mato Grosso, onde fixaria residência.
A Polícia Civil orienta as vítimas a comparecerem à Delegacia de Estelionato para fazer a denúncia. "Apenas a restrição do crédito não é suficiente para enquadrá-lo criminalmente. Precisamos do registro do boletim de ocorrência de todas as lojas para comprovar à Justiça que ele usava documentos diferentes com o objetivo de aplicar golpes", explicaram os policiais, observando que alguns golpes foram aplicados em nome da própria esposa do acusado, que também tinha CPFs com numerações diferentes.
3 CPFs, pelo menos, estavam no nome de Jair Carminatti Zagui Júnior
Roberto Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário