domingo, 5 de setembro de 2010

Mesmo com Tolerância Zero, seis mortes no trânsito de Maringá

Criada como uma resposta das autoridades para conter as mortes no trânsito de Maringá, a megaoperação Tolerância Zero completa um mês hoje. Apesar das blitze realizadas diariamente - resultando em 1.651 autuações, 226 licenciamentos de veículos recolhidos e 127 carros e 324 motos apreendidos -, a iniciativa ainda não conseguiu atingir o objetivo principal: frear a violência do trânsito.

Seis pessoas morreram desde cinco de agosto, quando foi lançada (sem considerar possíveis acidentes fatais ontem e hoje). O aumento é de 50% em relação ao mesmo período de 2009. Já no comparativo entre julho e agosto deste ano, a situação se inverte, com redução de 83% no número de mortes: 11 em julho e seis no mês seguinte.
As mortes do primeiro mês da Tolerância Zero ocorreram em duas colisões de moto, duas de carro e duas capotagens. Na noite da quinta-feira, cinco de agosto, enquanto ocorria o lançamento das megablitze, em ação no Jardim Universitário, Luiz Eduardo Degolim, 24 anos, envolveu-se em uma colisão com dois caminhões e morreu na hora, no Contorno Sul.
Com blitze diárias desde que começou, a megaoperação impressiona pelos números. Para o chefe da 13ª Circunscrição de Trânsito (Ciretran), capitão Ideval de Oliveira, o problema está nos guinchamentos.
"É um caso sério termos que acomodar tantos veículos com a estrutura que tínhamos antes da Tolerância Zero", ressalta. A quantidade de carros e motos foi quase triplicada nos mais de dez mil metros quadrados de pátio da Ciretran, no Contorno Sul, de um ano para o outro.
"Em agosto de 2009, foram guinchados 229 e, no mês passado, 560", lamenta. Ele lembra que há automóveis e motocicletas recolhidos no local que não são resultado das blitze. "Mas é uma minoria. Quase tudo vem da Tolerância Zero."
O capitão avalia a ação positivamente quando analisa a mudança de comportamento do motorista maringaense, que tem procurado colocar a documentação em dia, assim como a situação do veículo. "O movimento na Ciretran cresceu tanto que vamos promover mudanças. De cinco, passaremos a ter oito guichês de atendimento", confirma.
A reforma deve ser concluída até o fim de setembro. "O certo é que a Tolerância Zero está 'incomodando' os usuários, que são obrigados a andar em dia para não correr risco."
O Diario

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