Fila de consulta e cirurgia especializada chegou a 30 mil em julho

Um levantamento da Secretaria Municipal de Saúde, realizado no mês de julho, mostra que 30.662 pessoas estavam na fila de espera aguardando por consultas e cirurgias especializadas em Maringá. Documentos a que O Diário teve acesso mostram que a procura era muitas vezes superior ao tendimento realizado.

O caso mais grave era o de reumatologia, onde a fila, em junho, tinha 1.547 pessoas e foram liberadas 43 consultas. No mês seguinte, julho, foram feitos 80 novos encaminhamentos, quase o dobro do número de consultas liberadas, fazendo a fila crescer para 1.584.

De acordo com o secretário de Saúde, Antônio Carlos Nardi, essa é uma situação que não existe mais. O secretário afirma que nos últimos 60 dias, a secretaria conseguiu contratar profissionais e resolver a situação, reduzindo a fila.

"A Câmara nos autorizou utilizar os recursos que havia devolvido ano passado (cerca de R$ 3,5 milhões) em obras no Hospital Municipal. Como nós conseguimos recursos para o hospital em outras fontes, com a autorização usamos os recursos para melhorar a oferta de consultas especializadas e cirurgias", informou.

Sem citar números atualizados, Nardi garantiu que a secretaria está contratando profissionais para fazer os atendimentos mais emergenciais, como é o caso da ortopedia. Ele acredita que em seis meses consiga reduzir a fila de espera em todas as áreas.

Espera

A adolescente EHP, 14 anos, moradora da Vila Operária, diz que está na fila de espera há 9 meses, aguardando uma consulta oftalmológica. "Minha miopia tem crescido e a recomendação era de que fizesse o exame a cada 6 meses", conta a garota, mostrando uma guia de atendimento com o carimbo da enfermeira do posto de saúde, com data de 7 de janeiro.

Grávida de 7 meses, Ana (não quis se identificar) disse ter conseguido fazer apenas um ultrassom, no início da gravidez. "Pelo jeito acho que só vou ficar no primeiro."

O secretário de Saúde admite que ainda existem problemas em algumas especialidades, porque faltam profissionais no mercado.

"Nesses casos, a fila é provocada pela falta de profissionais e não por falta de dinheiro ou qualquer outro tipo de empecilho. Hoje não posso dizer que tenha complicação em nenhum setor porque consegui recursos financeiros para fazer o atendimento, mas onde faltam profissionais não tem jeito".


Balanço

O Diario