Foragido da CPA é ferido a tiros em Maringá

Evadido da Colônia Penal Agrícola (CPA) de Piraquara desde junho passado, o desempregado Edílson Rodrigues dos Santos, 29 anos, conhecido como Dilsinho, foi vítima de um atentado a tiros, domingo à noite, em Maringá.

Atingido com quatro tiros nas costas, ele está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU). Até o fim da tarde de ontem, a Polícia Civil ainda desconhecia a autoria e a motivação do crime.

De acordo com o investigador Walter de Souza, da Seção de Homicídios, o crime aconteceu por volta das 22h em uma casa na Rua Jequitibá, 1.115, no Parque das Bandeiras, zona norte da cidade. Sem residência fixa, Souza estava parado na janela da casa, conversando com os moradores, quando um desconhecido passou pela calçada e disparou vários tiros em sua direção.

O atirador fugiu em seguida, provavelmente a pé, uma vez que moradores e vizinhos não ouviram barulho de carro ou moto deixando o local.

Testemunhas

Primeira a ser ouvida pela polícia, a dona da residência, Juliana Geraldo Andrade, informou não ter visto quem atirou e disse desconhecer o motivo do crime.

Outras pessoas que estavam na casa também apresentaram a mesma versão, o que dificultou a identificação do criminoso. Apenas um projétil, supostamente de uma pistola calibre 380, foi recolhido no local.

Apesar da falta de informações, a Polícia Civil suspeita que o crime pode ter ligação com o assassinato de Rodrigo José dos Santos, 24, o Diguinho, irmão de Souza, executado a tiros no dia 11 de janeiro deste ano, também no Parque das Bandeiras.

Tragédias em família

A vida da família Souza é marcada pela violência. Além do irmão, Edílson já teve o pai e a mãe assassinados. Em janeiro, durante entrevista a O Diário, Viviane Rodrigues dos Santos, 26 anos, irmã de Edílson e Rodrigo, confirmou que o pai foi morto a facadas, 12 anos atrás, durante uma briga de bar no Parque das Bandeiras. A mãe, uma exemplar dona de casa, morreu em 2003, após ser atingida por uma bala perdida.

No caso mais recente, um tio, com o qual divide a residência, estava infectado pelo vírus HIV e com tuberculose em estado avançado.

"É muita tragédia para uma pessoa só. Por que isso está acontecendo na minha família?, questionou ela à época.