segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Homem deixou trabalho honesto para furtar

Convivente, 28 anos, polidor profissional, branco, nível escolar primário, sem antecedente criminal e católico não praticante. Este é o perfil de Pedro (nome fictício), preso há cerca de 3 meses, em Maringá, por furto de moto. "Tudo que ganhei no crime, perdi. Só me restou o que ganhei honestamente. O crime é ilusão, é sofrimento", diz.

Pedro, um dos 161 homens presos em flagrante por furto na cidade em 2010, conta que começou a trabalhar aos 12 anos como ajudante de pedreiro. Com o passar do tempo, especializou-se em polimento de veículos, atividade que o ajudou a adquirir a casa própria, uma moto e até um carro. 

Chegava a faturar R$ 100 ou R$ 200 num só dia, mas o fim do casamento, que resultou em dois filhos, hoje com 4 e 7 anos, o fez perder a cabeça.

Certo dia, em meio a uma roda de conhecidos, alguns deles envolvidos com o crime, Pedro ficou sabendo que a procura por peças de motos era grande e rendia muito dinheiro. Emocionalmente abalado, Pedro vislumbrou um grande negócio e na manhã do dia 27 de dezembro do ano passado furtou uma moto Strada que estava estacionada na Avenida Herval, esquina com Rua Santos Dumont

"O dono esqueceu a moto ligada. Só retirou a chave. Eu não resisti. Furtei, levei para casa, desmanchei e vendi as peças por R$ 1 mil. Na hora pensei: poxa, faturei 'milão' em poucos minutos. É mesmo um grande negócio. Em momento algum pensei nas consequências. Abandonei minha profissão e entrei de cabeça no ramo."

A fama no mundo do crime acabou resultando na primeira prisão, em janeiro deste ano. Depois de permanecer 43 dias recolhido no minipresídio da 9ª SDP, Pedro conseguiu um alvará de soltura e retomou a profissão. 

"Voltei a trabalhar honestamente e jurei que nunca mais iria me envolver com o crime até que, em julho passado, um amigo pediu ajuda para "puxar" (guiar) uma moto furtada em Mandaguari. O cara era meu amigo de infância e eu não soube dizer não a ele."
Odiário

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