quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Policial civil morre com disparo da própria arma


Uma discussão entre um policial civil e um ex-preso acabou em morte em Campina Grande do Sul, às 17h15 de ontem. O superintendente da delegacia da cidade, Mauricio Brandão, 35 anos, perseguia Andrei Conceição Pilar, 22, pelas ruas da região central.
A perseguição começou na porta do Fórum e terminou em uma loja de roupas, quando o rapaz tentou esconder-se no banheiro. O policial o seguiu e os dois entraram em luta corporal, até Brandão ser ferido com um tiro na barriga, disparado pela própria pistola. Andrei foi ferido na perna.

Os dois foram levados para o Hospital Angelina Caron, mas Brandão morreu logo em seguida. Andrei continua internado sob a guarda da polícia e, assim que for liberado, vai direto para a cadeia.

O delegado Robson Barreto, transtornado, preferiu não dar declarações, apenas afirmou que o atirador está preso e vai pagar pelo crime que cometeu. Não se sabe por que Brandão perseguia Andrei.

Socorro

Um funcionário do mercado ao lado da loja de roupas disse que estava trabalhando quando ouviu três tiros. “Corri para ver o que era e logo vi Brandão me pedindo ajuda. Avisei outros policiais e quando ia buscar um carro para levá-lo ao hospital, outras pessoas já o socorreram e o encaminharam”, contou o homem, que preferiu não se identificar.

Ele disse também que Andrei é conhecido na região e todo mundo sabia que ele tinha ficado preso por ter agredido a esposa. Os delegados Francisco Caricati e Miguel Stadler, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) estiveram na delegacia e no hospital no início da noite, mas também preferiram ficar em silêncio.
Eles comentaram apenas que Brandão estava há pouco mais de 10 anos na polícia e era uma pessoa exemplar, tanto na vida profissional quanto na particular. O policial morava em Curitiba, era casado e pai de uma filha.

2 comentários:

Silvana e Rogério disse...

Tive o prazer de fazer um curso com BRANDÃO, como ele preferia ser chamado. Dedicado à família e ao trabalho, certamente tornou-se um exemplo positivo aos demais colegas de turma. Eu e meu marido nos compadecemos neste momento de terrível dor que atravessa outros amigos e familiares do agente. Cumprir o dever, mesmo pondo em próprio risco a sua vida e por um salário baixíssimo e sem o reconhecimento merecido é o retrato do policial civil paranaense e brasileiro, de modo geral.

Anônimo disse...

Já passou 9 meses do ocorrido, e nós da família, ainda não superamos sua falta, sou esposa dele, e temos um filho de 15 anos. Que Deus o proteja;

Obrigado a todos pelas orações.