quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vereadores aprovam ‘terceirização’ da saúde


Por seis votos a três, os vereadores de Paiçandu aprovaram em primeira votação uma autorização para que a prefeitura ceda em regime de concessão a estrutura do Hospital Municipal São José a uma instituição particular, que deverá administrá-lo com parte dos recursos que os governos federal, estadual e municipal destinam à saúde pública do município. A votação transcorreu em clima de tranquilidade, apesar de muitas pessoas terem comparecido à Câmara com o intuito de protestar contra o que entendem por privatização da Saúde.
A iniciativa de repassar o hospital ao controle de uma organização não governamental foi do próprio Executivo, que reconheceu estar com dificuldades para oferecer um atendimento de qualidade à população.
Hoje, o Hospital São José, que está com o Centro Cirúrgico e Pediatria interditados pela 15ª Regional de Saúde, não oferece atendimento de especialidades e chega a ponto de apenas um médico atender até 135 pessoas em um só dia. Parte do mobiliário está sucateada e recentemente o prefeito Vladimir da Silva (PMDB) e assessores passaram um fim de semana prolongado fazendo reparos e limpeza no hospital para atender a exigências da Vigilância Sanitária.
"Os moradores de Paiçandu estão deixando de comer para pagar planos de saúde, pois sabem que, se forem parar naquele hospital, acabarão morrendo", disse o vereador Carlos César Martins, o Carlos da Creche (PDT).
Todos os nove vereadores concordaram que a situação é preocupante e as divergências ocorreram por causa da fórmula apontada pelo Executivo para resolver o problema. O petista Valdir Fonseca disse estranhar o fato de o prefeito ter dito que as despesas, depois da concessão, continuarão do mesmo tamanho, apesar da administração por outra instituição. Já outros vereadores disseram que o problema maior não é falta de estrutura nem de pessoal, mas de competência da administração municipal para gerenciar a saúde pública.
Na sessão extraordinária realizada ontem à tarde deveria ser votado um projeto que autoriza o Executivo a terceirizar, por licitação, a destinação do lixo orgânico, mas a matéria foi retirada de pauta por solicitação do vereador Valdomiro Roque (PTN) "para melhor análise".O Diario

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