quarta-feira, 11 de maio de 2011

Gaeco investiga desvio de medicamentos do HM

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá investiga desvio de medicamentos do Hospital Municipal e o descarte dos remédios para o Almoxarifado Central da prefeitura, que funciona no barracão do extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), para a aquisição de novos medicamentos.
Dentro do inquérito aberto no final do mês passado, vários funcionários da prefeitura foram ouvidos e outros depoimentos vão ser tomados nos próximos dias.
Durante as investigações, o Gaeco conseguiu confirmar com fotos e gravações em vídeo que havia a falta de controle e que sumiram medicamentos do local, configurando o desvio.
"As caixas abertas no local confirmam que o controle não era adequado e que medicamentos sumiram dos corredores. O que buscamos confirmar é quem são os responsáveis pela autoria do desvio ou pela omissão, pois o dinheiro do contribuinte foi sucumbido e a situação causou prejuízo aos cofres públicos", afirma o promotor do Gaeco em Maringá, Laércio Januário de Almeida.
Outro problema grave constatado nas investigações é de que o armazenamento é inadequado. "Confirmamos que os medicamentos estavam guardados no Hospital Municipal em local insalubre e inadequado e que o local para onde iriam transferir, que é a sede do extinto IBC, embora tivesse mais segurança, era ainda mais insalubre", diz.
Desde o final de abril, o Gaeco tinha uma ordem judicial de busca e apreensão dos medicamentos e aguardava o momento oportuno para realizar a apreensão.
"Tínhamos o mandado de busca para fazer a apreensão dentro do Hospital Municipal, mas com isso não iríamos atender aos objetivos da investigação, que busca comprovar o desvio. Sabíamos que os medicamentos seriam levados para o antigo IBC e também havia denúncias de que haveria o desvio para o município fazer nova licitação", conta.
No dia 6 de maio, segundo o promotor, o Gaeco conseguiu cumprir parcialmente o mandando de busca e apreensão.
De acordo com Almeida, mesmo com uma transferência 'pura e simples' do HM para o antigo IBC já estariam configuradas irregularidades. "O antigo IBC também é um local insalubre, inadequado e não atende às determinações do Ministério da Saúde", afirma.

O promotor adianta que o problema do armazenamento irregular vai ser encaminhado à Promotoria de Defesa da Saúde Pública, que deve dar continuidade às investigações. Durante as diligências, o Gaeco acionou o Conselho Regional de Farmácia. "Segundo o conselho, o problema no estocamento de medicamentos no Hospital Municipal se arrasta há anos."Murilo Gatti

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