O motivo é a elaboração de um projeto arquitetônico inovador, já apresentado às autoridades municipais, que promete transformar a paisagem urbana dessa região da cidade.
Encomendado por um grupo de empresários investidores, que tem à frente o empresário maringaense Jefferson Nogaroli, o projeto arquitetônico e urbanístico foi desenvolvido pelo prestigiado escritório parisiense de arquitetura Archi 5, um dos finalistas do Festival Mundial de Arquitetura de Barcelona, na Espanha, em 2008.
A proposta foi tão bem recebida por quem teve acesso a ela que provocou uma parada nos planos do prefeito Silvio Barros (PP) e de seus secretários para repensarem a ocupação da área. Até a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), que controla os ativos imobilizados federais, está repensando as doações de áreas sob sua autoridade, naquele local.
O projeto prevê uma mudança radical nas diretrizes viárias da região e altera por completo todo o conceito previamente estabelecido para o Centro Cívico. Em vez de prédios autônomos e dissociados arquitetônica e urbanisticamente, está prevista uma interligação simbiótica entre os edifícios, por meio do conceito arquitetônico de prédios fita de formas sinuosas, ecológicos e ambientalmente sustentáveis.
O que surge como problema é o fato do projeto ter sido desenvolvido por um grupo privado que pretende integrar urbanisticamente uma área privada à área pública.
Na verdade, o interesse do grupo, que adquiriu recentemente da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP) uma área contígua ao aeroporto, de quase 60 hectares, é transformar a região num novo oásis de investimento na cidade, podendo gerar, com isso, um estoque potencial de novos empreendimentos que pode ultrapassar os R$ 4 bilhões. Os mais otimistas arriscam R$ 6 bilhões.
A ideia é que um ambiente gerado em sinergia agrega valor para ambos, poder público e setor privado. O fato é que o projeto deu um nó na administração municipal, que se vê muito tentada a se mobilizar para adotar o desenho para a região.
E, para isso, precisará abandonar o parcelamento de solo original já aprovado na prefeitura, e mudar todo o arruamento planejado. Uma mudança que fará os prédios planejados para aquele local trocarem de endereço.
Fotos/Divulgação
Foto do extinto aeroporto, para o qual foi desenvolvido o projeto arquitetônico, mostrado nas imagens acima
O problema, nesse caso, é que a SPU já fez muitas doações com escritura final para órgãos federais, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Receita Federal, e também estaduais, como foi o caso do Fórum Eleitoral, que já teve as obras iniciadas, e também do Fórum Estadual.
Essas áreas precisariam retornar ao patrimônio da União para serem novamente parceladas. E, aí, o prazo de execução das obras sofrerá a intercorrência do atraso. E, o mais importante: todos que já receberam os terrenos, teriam que concordar com as alterações.
O projeto dos franceses ainda não foi adotado pelo município e há um caminho duro até lá, que exige a discussão com a sociedade e a aprovação da Câmara Municipal. A ideia dos investidores é oferecer o projeto para a discussão e doá-lo ao município, caso a comunidade entenda que deva ser aprovado.
O prefeito Silvio Barros entende que "se trata de uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Esse é um empreendimento que ultrapassa o meu mandado; não será edificado na minha gestão, mas é muito importante para o futuro da cidade".
140 hectares é o tamanho aproximado do terreno ocupado pelo extinto aeroporto Gastão Vidigal
- Especial para O Diário Milton Ravagnani
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