sábado, 15 de junho de 2013

Mais de 20 bebês morrem em duas semanas na Santa Casa

Do G1 PA

Santa Casa do Pará é alvo de denúncias. (Foto: Cristino Martins / O Liberal)Santa Casa do Pará é alvo de denúncias.
(Foto: Cristino Martins / O Liberal)
Um funcionário da Santa Casa de Misericórdia do Pará, que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, denunciou ao Sindicato dos Médicos (Sindmepa) a morte de 25 bebês nos últimos 13 dias no hospital. A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou as mortes nesta sexta-feira (14), em entevista coletiva emBelém.  O secretário de saúde, Hélio Franco, alegou que os óbitos ocorreram pelo nascimento prematuro dos bebês, que teriampeso abaixo de 1,2 Kg.
Para o presidente do Sindmepa, João Gouvea, as mortes, no entanto, podem ter sido causadas por infecções bacterianas, já que relatórios elaborados em abril pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa revelavam a ocorrência de contaminações no hospital. Ele diz ainda que a falta de estrutura médica e de equipamentos teria contribuído para a disseminação de infecções.
“Falar que os bebês são prematuros é uma justificativa furada. Isso é lamentável, já que o estado é responsável pela gestão da saúde. Por que esses óbitos estão ocorrendo? Porque não há regulação, a demanda de atendimento é maior que a capacidade, não há médicos suficientes, não há equipamentos para todos, e isso contribui para a infecção hospitalar”, disse.
Para o presidente do sindicato, a maternidade não deveria ter esse número elevado de óbitos, já que é referência no atendimento materno-infantil no estado. “A Santa Casa tem como missão cuidar de pacientes graves, de alto risco, bebês prematuros. É preciso que o atendimento seja descentralizado. O Ministério da Saúde estabelece uma série de requisitos e a Santa Casa atende a população fora dos padrões”, disse.
O Sindmepa protocolou nesta sexta em diversos órgãos documentos que denunciam a situação da falta de estrutura para o funcionamento adequado da Santa Casa de Misericórdia do Pará, o que para a entidade teria motivado a morte dos 25 bebês.
Os relatórios da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa e as atas das assembleias do Sindmepa foram encaminhadas ao Ministério  Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério da Saúde, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além da Sociedade Médico-Cirúrgica
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