segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pinga Fogo, o feirante que virou campeão de audiência

Apresentador diz que procura fazer um programa que seja compreendido por todas as classes
O apresentador Pinga Fogo é o contrário de tudo aquilo que se aprende nos cursos de jornalismo. No entanto, é um dos campeões de audiência na TV, com seu programa batendo de frente com o Jornal Hoje, da Rede Globo, com tantos anunciantes que empresas de grande porte precisam aguardar dias, semanas e até meses na fila por um espaço para divulgar seus produtos.

Apontado como programa sensacionalista, que utiliza estereótipos populares para conseguir maior proximidade com os telespectadores, de explorar a pobreza e fazer assistencialismo, o “Pinga Fogo na TV”, exibido de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 13h30, na TV Maringá, canal 6, retransmissora da Rede Bandeirante, está há 13 anos no ar, começando todos os dias com o apresentador, sempre de camisa listrada ou de cores berrantes, limpando a garganta no ar, e segue como se fosse uma conversa entre amigos, com o apresentador cometendo erros de português e de pronúncia, mandando recados, fazendo brincadeiras e conversando com o boneco “Benedito”, que conta piadas.
Os repórteres com roupas comuns, inclusive camisetas, falando gritado ou empostado e procuram seguir o estilo Pinga Fogo. Para o apresentador, as críticas vêm de quem não se conforma em ver coisas feitas com simplicidade dando certo.
“No começo, fui chamado de bobão, de analfabeto, de explorador da miséria, mas com o tempo as pessoas foram entendendo que nosso objetivo era fazer um programa de um jeito que todo mundo entendesse, com simplicidade, mas com muita responsabilidade”, diz Pinga Fogo, deixando claro que muita coisa foi modificada com o tempo.
Segundo ele, “mesmo não tendo muito estudo, eu sei falar certo sim, sou um profissional de comunicação com 35 anos de microfone, mas procuro falar de uma forma coloquial, sem
pedantismo, e o povo tem aceitado nosso jeito simples de apresentar, faço o programa como se
fosse uma conversa informal”.
Segundo ele, o programa evita apresentar imagens que choquem. No começou aconteceu de reportagens mostrarem cadáveres, vítimas e bandidos, “mas hoje temos todo cuidado para evitar cenas que choquem os espectadores ou que possam cometer alguma injustiça”.
O programa não noticia suicídios e não mostra pessoas presas, a não ser que a culpabilidade não deixe dúvidas. “Programas em que apresentador e repórteres xingavam bandidos já estão superados, não dão mais certo”. Segundo Pinga Fogo, a equipe cuida para não seja cometida qualquer injustiça. “Nesses 13 anos, nunca tivemos qualquer problema com a Justiça ou com as pessoas por ferir a ética”.
Luiz de Carvalho O Diario

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