quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mãe tentou evitar a morte do filho em frente de casa

O poceiro Valdomiro André de Souza, 33 anos, foi morto com um tiro na testa ao atender o chamado de um grupo de jovens que apareceu no portão da sua casa, na madrugada de ontem, em Sarandi. A mãe da vítima tentou salvar o filho, posicionando-se na frente do atirador, mas não conseguiu impedir o disparo. "Eu implorei para não atirar, mas ele (assassino) não escutou", disse ela, chorando.
O crime aconteceu por volta das 2h, na esquina da Rua Barão de Mauá e com a Imperial, no Jardim Imperial. A dona de casa Olívia Francisca de Souza, 57, contou que seu filho dormia quando um rapaz chegou na frente da casa e passou a chamá-lo pelo nome.
Francisca disse que também dormia quando escutou ouviu a voz do filho.
Acreditando que ele estivesse tendo um pesadelo, levantou-se para ver o que estava acontecendo. Só então notou que Souza respondia a cinco rapazes, que estavam parados na frente da casa. Alguns estavam escondidos atrás de árvores e com os rostos protegidos por camisetas.

Estranhando a movimentação, a mãe saiu e avistou um rapaz apontando um revólver em direção ao filho. Temendo pelo pior, ela ficou na frente do rapaz e implorou para que ele não atirasse. Ignorando os apelos, o assassino ergueu a arma e efetuou um disparo contra Santos. Atingido na testa, ele morreu na hora. O atirador e os outros rapazes fugiram.
Francisca contou que o filho estava separado da esposa, com a qual tinha uma filha de 4 anos, e havia 20 dias que estava residindo em sua casa.
Ainda segundo ela, Santos não estava recebendo ameaças e não havia brigado com ninguém na cidade. "A única coisa que ele falou, assim que acordou, foi que os caras estavam tirando ele (sic)", disse ela.
A Polícia Civil confirmou que o autor do disparo já foi identificado. Ele seria morador do mesmo bairro onde a vítima residia e teria envolvimento com uma gangue. Ainda segundo o superintendente Carlos de Oliveira, Santos não tinha antecedente criminal e usava todo dinheiro que ganhava perfurando fossas para ajudar a mãe, a filha e quatro sobrinhas.
Roberto Silva

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