Na época, Sabrina era proprietária de uma loja de roupas femininas, mas precisou fechar as portas do negócio, o que fez com que a renda mensal minguasse, impossibilitando-a de pagar as prestações. Com a inadimplência, o valor da dívida, que era de R$ 2.158 subiu, vertiginosamente, para R$ 4.700.
Atualmente, com um novo emprego, ela pretende resolver a pendência, mas adiantou: “preciso negociar porque não tenho como pagar tudo de uma vez só”. O cartão, por conta da falta de pagamento, está bloqueado. Mas, segundo Sabrina, depois de quitá-lo, disse que vai eliminá-lo. “Não quero mais cartão [de crédito] porque me deu muita dor de cabeça”.
Sabrina Lima tenta renegociar a dívida do cartão de crédito (Foto: Alex Araújo/G1 MG)
Para coibir o tipo de situação vivida por Sabrina, o governo alterou uma série de regras dos cartões de crédito que entram em vigor nesta quarta-feira (1º).Novas regras
Entre as mudanças, o número de tarifas permitidas para o cartão de crédito caiu de 80 para cinco. O pagamento mínimo sobe para 15% da fatura, e será de 20% a partir de dezembro. Além disso, as administradoras terão que informar a taxa efetiva total (juros e outros encargos) no financiamento do saldo devedor.
De acordo com o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead-MG), Wanderley Ramalho, a redução do número de tarifas trará mais transparência, o que permitirá que o consumidor avalie melhor na hora de comprar. “Há dois anos ou mais aconteceu o mesmo com as tarifas bancárias. Ele [o cliente] vai saber o que vai pagar”, disse.
Ainda segundo ele, o número de tarifas era muito grande e o consumidor não entendia o que estava pagando. Com as novas regras, conforme o professor, o consumidor saberá tomar as decisões porque haverá mais segurança. “Ele vai poder comparar preços pelas diversas administradoras de cartões”, falou.
A maior clareza na exposição dos juros cobrados também deve contribuir: para Ramalho, o conceito de juro não é trivial, e o cliente não costuma prestar atenção: “ele presta atenção à prestação, se ela cabe no salário. Ele não percebe o estrago que um juro alto faz no salário”, explicou.G1
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